Com a proximidade do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, uma das datas mais importantes do calendário norte-americano, médicos e cientistas estão preocupados com o aumento no número de casos de infecção por Covid-19. A combinação da data, com o natal e as características temperaturas mais baixas são apontadas como a “tempestade perfeita” para o novo coronavírus (Sars-Cov-2).

Marcado para a próxima quinta-feira (25), o “Thanksgiving Day” é um feriado norte-americano e este ano, com o país voltando a normalidade, muitas famílias devem se reunir para comemorar a data, uma vez que no ano passado, neste mesmo período, o mundo inteiro lidava com o ápice da pandemia.

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Nos últimos 7 dias, segundo dados da Universidade John Hopkins, os Estados Unidos relataram uma média de 95 mil novos casos de infectados pelo novo coronavírus, aumento de 31% na comparação com as últimas duas semanas.

Na virada do mês, a média diária gravitou entre 70 mil casos e 75 mil casos. Esses dados apontavam queda de 50% em relação ao aumento registrado no país com a chegada da variante delta, no meio do ano, quando teve início o verão do hemisfério norte.

Agora, o temor é de que, com a proximidade da temporada de férias e o retorno do clima frio – levando mais pessoas a se aglomerarem em ambientes fechados – as autoridades de saúde pública tenham que se movimentar para evitar um novo colapso nos hospitais.

Experiência do natal passado é traumática

Segundo a CNBC, foi após o último natal que os EUA registram pico de casos por dia, quando, em 11 de janeiro, bateu a marca dos 250 mil infectados e, pouco depois, registrou 3,4 mil mortes por dia.

Especialistas concordam que não existem problemas em comemorações entre amigos e familiares, desde que todos estejam vacinados. Uma pesquisa do Wexner Medical Center, da Universidade de Ohio State, aponta, no entanto, que metade dos entrevistados não pedem status de vacinação dos convidados em reuniões. Outros 54% disseram que não pedem testes negativos de covid antes desses encontros.

Dados do Our World in Data apontam que mais de 228 milhões de norte-americanos estão vacinados com uma ou duas doses da vacina. Em termos gerais, é o segundo país com mais vacinados no mundo, atrás apenas da Índia (760 milhões de pessoas) e a frente do Brasil (162 milhões).

Dados mais recentes sobre a vacinação entre a população no mundo
Dados mais recentes sobre a vacinação entre a população no mundo (Crédito:Our in Data)

Na porcentagem por pessoas vacinadas, no entanto, os EUA ocupam a 10ª posição no ranking, com 68% da população imunizada.

Regiões mais frias concentram mais casos

Agora, os pontos de surto nos EUA estão concentrados no centro-oeste e no nordeste do país, com 56 % e 47% de aumento nos casos, respectivamente. As hospitalizações são de 20% e 7%.

No sul, onde a temperatura é mais quente, os casos estão caindo.

À CNBC, Reynold Panettieri, vice-reitor de medicina translacional e ciência da Universidade Rutgers, disse que pessoas com apenas uma dose da vacina estão mais suscetíveis a infecções. Apesar disso, as chances de o país voltar a ver casos de infecção como no ano passado são pequenas exatamente pelas opções de vacinação disponíveis e de tratamento contra a doença.

“Eu anteciparia que veremos um aumento durante as férias, apenas porque as pessoas estarão se reunindo com mais exposições”, disse Panettieri.