03/12/2021 - 16:17
“O que buscamos nesses quatro rótulos não são vinhos perfeitos. São vinhos únicos”. A frase é do enólogo Marcos Fernandes, diretor técnico da vinícola Terrazas de Los Andes, um dos muitos projetos vitivinícolas do conglomerado de luxo LVMH. Nascido e criado em Mendoza, em uma família que já produzia vinho, ele sonhava ser médico. Até que em 1998, com apenas 18 anos, ingressou na Bodega Norton. Em pouco tempo, a medicina deu lugar à enologia e hoje, 23 anos depois, seu currículo inclui a Chandon, Finca Decero, Viñas Doña Paula e um período na Califórnia, com a mentoria de Paul Hobbs. Hoje, cabe a ele explorar ao máximo o potencial da região em que nasceu e de onde saem os melhores Malbecs do mundo. Mais que se beneficiar de um terroir privilegiado como é o de Mendoza para a produção de vinhos, Marcos Fernandes tem elevado os limites do que distintas parcelas podem oferecer.
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Prova disso são os excelentes vinhos da linha Terrazas de Los Andes Parcels, que acaba de ser lançada no Brasil com a presença do enólogo e em quantidades limitadíssimas: apenas 400 garrafas de cada uma das quatro versões produzidas até aqui. O preço para o consumidor final (R$ 650), traduz não apenas a exclusividade da como a busca de excelência em todo o processo, incluído a preocupação com a sustentabilidade. “Economizamos até 60% de água com a irrigação de precisão”, disse Fernandes. Os vinhedos são certificados como sustentáveis, sem uso de herbicidas, e o próximo passo é a certificação orgânica. E o cuidado com a água, a terra e os frutos que ela produz se refletem na qualidade desses vinhos únicos.
Plantados entre 1929 e 2012 no Valle de Uco, em altitudes que variam de 1070 metros (Parcel Nº 10W, Los Cerezos, na região de Las Compuertas) a 1600 metros (Parcel Nº 1 E, El Espenillo, em Gualtallary), os vinhedos produzem uvas com características singulares. Todos os vinhos são 100% Malbec, vinificados praticamente da mesma forma, e passam o mesmo tempo em barrica de carvalho francês (1/3 de primeiro uso, 1/3 de segundo e 1/3 de terceiro). Mesmo assim, na taça, cada um tem sua personalidade própria.
Enquanto o de El Espenillo (99 pontos na avaliação de James Suckling) é mais concentrado, com aromas intensos de frutas negras e violetas, o de Los Cerezos (97 pontos, segundo o mesmo crítico), se destaca pela acidez equilibrada, com taninos redondos e notas picantes. Em comum o sabor frutado, mas sem a doçura exagerada de muitos Malbecs. Por serem produzidos em vinhedos de altitudes mais elevadas, eles se revelam mais leves e refinados. Não poderia ser diferente quando a grife por trás de cada vinho é a LVMH.