Um grande estudo da Chalmers University of Technology e da Uppsala University, na Suécia, sugere que o glúten e certos tipos de carboidratos têm menos efeito do que o esperado sobre os sintomas da síndrome do intestino irritável. 

Muitos pacientes evitam certos tipos de alimentos e frequentemente excluem o glúten. No entanto, esse novo estudo, publicado no periódico científico American Journal of Clinical Nutrition, não mostra uma relação entre a alta ingestão de glúten e o aumento dos sintomas. Os pesquisadores descobriram que um certo tipo de carboidrato pode agravar problemas intestinais, no entanto, os resultados gerais indicam que eles também têm menos influência do que se pensava anteriormente.

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“A síndrome é muito complexa e envolve vários fatores, mas nossos resultados indicam que os efeitos de dietas específicas não são tão grandes quanto se pensava”, explica a pesquisadora Elise Nordin, da Universidade Chalmers, principal autora do estudo, citada pelo site especializado.

A síndrome do intestino irritável afeta de 10% a 20% da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e envolve sintomas como dor de estômago, diarreia e prisão de ventre.

No estudo sueco, 110 pessoas com o problema digestivo foram divididos em três grupos, que receberam pudim de arroz preparado de diferentes maneiras. Um grupo ingeriu pudim rico em glúten, enquanto outro continha grandes quantidades de carboidratos do tipo fodmap. O terceiro grupo, de controle, comeu o pudim neutro, como placebo.

Os sistemas digestivos dos voluntários foram provocados por altas doses (1,5 vezes a ingestão diária normal) dos acréscimos nos pudins. Os sintomas da síndrome do intestino irritável foram agravados, especialmente pelos carboidratos do tipo fodmap, mas não tanto quanto os cientistas esperavam com base nos resultados de estudos anteriores. O glúten, no entanto, não teve nenhum efeito negativo mensurável.

“Nossos resultados são importantes e indicam que o fator psicológico é provavelmente muito importante. Já foi demonstrado que a síndrome está vinculada à saúde mental. O simples fato de saber que alguém está sendo testado em um estudo pode reduzir a carga de sintomas”, afirma o pesquisador Per Hellström, da Universidade de Uppsala.