30/12/2021 - 11:55
Após críticas à informação de que o governo federal recusou ajuda humanitária da Argentina para as vítimas de enchentes na Bahia, Jair Bolsonaro resolveu explicar a polêmica decisão e disse que a ajuda não era necessária, mas indicou que o apoio pode ser acionado no futuro.
A notícia de que o governo brasileiro havia rejeitado ajuda dos argentinos foi confirmada pelo governo da Bahia nesta quarta-feira (29). Segundo a administração, o consulado argentino ofereceu auxílio material com dez profissionais especializados em logística, água, saneamento e apoio psicossocial para vítimas de desastres naturais.
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Nesta quinta-feira (30), Bolsonaro agradeceu a ajuda, mas indicou que o tipo de assistência oferecida pelo governo argentino é o mesmo prestado pela Defesa Civil e pelas Forças Armadas na região.
Ontem (29), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que vai convocar o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, para explicar a decisão do governo. No Twitter, Randolfe ainda criticou as férias de Bolsonaro que, segundo ele, está usando dinheiro público para momentos de lazer enquanto as vítimas da Bahia estão desassistidas.
“Convocaremos o Ministro das Relações Exteriores para dar explicações à comissão representativa no Senado e representaremos ao TCU [Tribunal de Contas da União] para que o presidente devolva ao erário o dinheiro que está utilizando em suas ‘férias’ e que esse dinheiro seja destinado às vítimas na Bahia”, disse o senador nesta quarta-feira (29).
Enchentes na Bahia
Mais de 629 mil pessoas foram afetadas pelas águas que tomaram 141 cidades no sul da Bahia semana passada. Segundo o governo baiano, 37 mil pessoas estão desabrigadas, 53 mil desalojadas, cerca de 24 pessoas foram declaradas mortas e outras 434 estão feridas.
O governo federal anunciou na terça-feira (28) que seriam liberados R$ 80 milhões para ajudar na recuperação de estradas federais que cruzam o estado. O governador Rui Costa (PT) alega que o valor é insuficiente e que seriam necessários pelo menos R$ 400 milhões para a reconstrução.