03/02/2022 - 20:00
O governo norte-americano informou nesta quinta–feira (3) que Amir Mohamed Said Abd al-Rahman al-Mawla, chefe do Estado Islâmico (EI), foi morto em uma operação especial na Síria.
Ele assumiu o posto de liderança do grupo terrorista após a morte de Abu Bakr al-Baghdadi, no fim de 2019. Na época, o EI divulgou que ele era “uma figura proeminente na jihad”.
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Segundo informações do Counter Extremism Project (CEP), ele foi soldado do exército iraquiano e se formou na Universidade de Ciências Islâmicas de Mossul. Mawla, também conhecido como “o emir”, havia organizado o massacre da minoria yazidi. O Departamento de Estado norte-americano informou que ele nasceu em Mossul, no Iraque, em 1976.
Ele teria se aproximado da Al-Qaeda em 2003, após a invasão norte-americana no Iraque e a captura de Saddam Hussein.
“Além de suas responsabilidades no terrorismo de massas, ‘Abu Omar o turcomeno’ desempenha um papel importante na campanha jihadista para liquidar a minoria yazidi mediante massacres, expulsão e escravização sexual”, assinala Jean-Pierre Filiu, professor da Sciences-Po, Instituto de Estudos Políticos de Paris, e especialista em jihadismo.
Aproximação com os Estados Unidos
De acordo com uma série de matérias do jornal The Washington Post, ele chegou a atuar como informante dos Estados Unidos no fim dos anos 2000, quando esteve preso, inclusive tendo ajudado na identificação de membros do EI no Iraque entre 2007 e 2008. Após não receber uma contrapartida do governo norte-americano, ele teria parado de cooperar.
O departamento de Estado Americano diz que ele deixou a Al-Qaeda para uma posição de destaque no Estado Islâmico. Os dois grupos se tornaram rivais em 2014.
Como foi a operação
A operação especial foi deflagrada na madrugada desta quinta-feira (3) no noroeste da Síria. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), o ataque deixou 17 mortos, incluindo 3 mulheres civis e 4 crianças.
Os Estados Unidos afirmaram que Al Mawla teria acionado dispositivos explosivos ao ser cercado pela Força Especial Americana e explodido o terceiro andar do prédio em que se encontrava.