23/02/2022 - 23:47
A medida que a vacinação avança no país, algumas pessoas se perguntam até quando as restrições serão obrigatórias, principalmente o uso da máscara. Especialistas de todo o mundo alertam que esse item de proteção será necessário por muito tempo ainda, que ela é fundamental, junto com outras medidas, para a diminuição dos infectados e para continuarmos na luta pelo fim da pandemia.
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Confira alguns motivos que os especialistas apontam sobre a importância da manutenção da máscara mesmo com o avanço da vacina:
Bloqueio de particulas contaminadas
Um estudo da Fiocruz reforça as evidências sobre a eficácia de diferentes tipos de máscaras para conter a transmissão do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Análises com esses itens de proteção usados por pessoas infectadas identificaram a presença do patógeno apenas na parte interna, sugerindo bloqueio da transmissão. O resultado foi verificado tanto nas máscaras cirúrgicas como nos modelos de pano com duas ou três camadas.
Ao todo, a pesquisa analisou 45 máscaras, usadas por 28 pacientes com infecção confirmada pelo Sars-CoV-2. Entre estas, 30 eram compostas de tecido, com duas ou três camadas, e 15, cirúrgicas.
Diminui os aerosois espalhados pelo ar
Um estudo publicado pelo The Journal of Infectious Diseases mostra que os pesquisadores descobriram que o uso de máscara ajuda a reduzir a distância que os patógenos transportados pelo ar, quando alguém fala, espirra ou tosse, percorrem em mais da metade do caminho, em comparação a quem não usa máscara.
O professor do Departamento de Engenharia Mecânica e Aeroespacial da Universidade da Flórida Central e co-autor do estudo, Kareem Ahmed comenta sobre o estudo: “A pesquisa fornece evidências e diretrizes claras de que 1 metro de distanciamento com coberturas faciais é melhor do que 2 metros distanciamento sem coberturas faciais.”
Vacinas ajudam muito, mas não impedem 100% da transmissão
As vacinas aplicadas no Brasil reduzem significativamente a possibilidade de a pessoa imunizada ter a forma grave ou morrer de Covid-19. A eficácia mínima é de 75%.
Um estudo, publicado pela revista Nature Medicine, constatou que uma dose de reforço da vacina fabricada pela Pfizer/BioNTech (a BNT162b2, que utiliza mRNA), seis meses após a segunda dose da vacina CoronaVac (fabricada no Brasil pelo Instituto Butantã e que utiliza o vírus desativado), melhora a eficácia vacinal contra a doença para 92,7% e previne resultados graves em 97,3%.
Sem máscara, distanciamento de 2 metros é insuficiente
Ficar sem máscara em ambientes fechados, mesmo que seguindo a recomendação de manter dois metros de distância de outras pessoas, não é suficiente para se proteger contra o coronavírus Sars-CoV-2 – se eventualmente o interlocutor estiver em contato com um infectado. É o que aponta um estudo, divulgado na revista científica Building and Environment.
A pesquisa viu que, após alguém tossir, a ausência da máscara permite que mais de 70% das partículas virais transportadas pelo ar ultrapassem os dois metros de distanciamento em apenas 30 segundos.
Novas variantes
O Coronavírus é um vírus global. O status da vacinação e os números de infectados em uma localidade não extingue o surgimento de novas variantes em outra localidade onde a pandemia ainda está mais grave, com número baixo de vacinação e alto número de contaminados espalhando o vírus pela sociedade.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, enquanto a maioria das pessoas consegue eliminar o vírus Sars-Cov-2 de seus corpos em um curto período de tempo, em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido — como aquelas com HIV ou câncer, ou receptores de órgãos transplantados — a infecção pode ser muito mais longa.
Ao encontrar menor resistência no hospedeiro, o vírus acaba incorporando mutações que, em outras situações, só apareceriam com uma ampla circulação na população. A infecção crônica possibilitada por um sistema imunológico enfraquecido dá ao vírus mais espaço de manobra.