22/03/2022 - 19:46
Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) – Rússia, Estados Unidos e Reino Unido trocaram acusações na ONU nesta terça-feira sobre a possibilidade de ataques com armas químicas na Ucrânia, mas não foram apresentadas evidências para fundamentar as suas preocupações.
Os comentários foram feitos por diplomatas a repórteres após a Rússia levantar a questão de um vazamento de amônia na cidade sitiada de Sumy, no nordeste da Ucrânia –culpando “grupos radicais nacionalistas ucranianos”– durante uma reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança da ONU. A acusação foi rejeitada por EUA e Reino Unido.
O vice-embaixador da Rússia na ONU, Dmitry Polyanskiy, disse que as tropas russas “nunca planejaram ou realizaram ataques contra instalações ucranianas onde substâncias tóxicas são armazenadas ou produzidas”.
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“Está claro que as autoridades nacionalistas da Ucrânia, encorajadas por países ocidentais, não pararão de intimidar seu próprio povo e encenar ataques falsos para acusar a Rússia”, disse Polyanskiy.
Foi a terceira vez que a Rússia levantou a questão de armas químicas ou biológicas desde que começou o que chama de “operação militar especial” em 24 de fevereiro para desmilitarizar a Ucrânia. O Ocidente e a Ucrânia dizem que isso é apenas um pretexto para invadir um país democrático.
“É difícil não concluir –dado seu histórico no Reino Unido, na Rússia contra Alexei Navalny, dado o que vimos na Síria– que isso pode ser um prelúdio para que os próprios russos criem algum tipo de ataque falso com armas químicas”, disse a embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, a repórteres.
A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, rechaçou as acusações da Rússia como “ridículas”.
“Nossa preocupação é que isto seja um precursor para os planos da Rússia para usar armas químicas”, disse.
Uma fonte sênior de Defesa dos EUA afirmou na terça-feira que os EUA não viram nenhuma indicação concreta de um ataque iminente da Rússia com armas químicas ou biológicas na Ucrânia, mas estão monitorando a situação de perto.
(Reportagem de Michelle Nichols)