A candidata de extrema-direita Marine Le Pen criticou nesta terça-feira (12) a “manobra” de seu rival na disputa pela presidência da França, o atual chefe de Estado Emmanuel Macron, que recuou parcialmente em sua reforma da idade da aposentadoria.

Durante uma visita a redutos de Le Pen no norte da França, Macron expressou a predisposição aumentar a idade de aposentadoria de 62 a 64 anos, um ano a menos que o previsto em seu programa, e inclusive submeter a proposta a um referendo.

“Não confio em Macron, nada, e muito menos a 10 dias do segundo turno”, disse Le Pen à rádio France Inter. Com o que chamou de “manobra” sobre a reforma da idade de aposentadoria, ela disse que Macron busca atrair os eleitores da esquerda.

O presidente centrista defende a reforma como um elemento chave para financiar as medidas sociais de seu programa de governo, mas em 2020 sua primeira tentativa de aprovar a mudança, que foi interrompida pela pandemia, enfrentou muitos protestos.

“Não há nada que esperar de Emmanuel Macron (…) Vai até o fim em sua obsessão, pois a idade de aposentadoria de 65 anos é sua obsessão, só fala sobre isto”, acrescentou Le Pen, que no primeiro turno se apresentou como a defensora das classes populares.

A candidata do Reagrupamento Nacional (RN) propõe antecipar a idade da aposentadoria para 60 anos, mas apenas para os franceses que têm uma carreira completa e começaram a trabalhar entre os 17 e os 20 anos.

Seu rival do partido A República Em Marcha (LREM) foi o mais votado no primeiro turno com 27,85% dos votos, seguido por Le Pen com 23,15%. Em um segundo turno que promete ser acirrado, os dois disputam os eleitores do esquerdista Jean-Luc Mélenchon (21,95%).

“Se Macron quer falar aos nossos eleitores – abriu por exemplo a porta para um referendo sobre a aposentadoria – que diga claramente, que se comprometa”, declarou Manuel Bompard, do partido de Mélenchon, França Insubmissa, ao canal Public Sénat.