13/04/2022 - 21:44
O Brasil deve lançar ainda este ano um projeto piloto para a introdução de uma moeda digital soberana. A informação foi confirmada pelo presidente do Banco Central do país, Roberto Campos Neto.
O que vai ser testado é a viabilidade de uma moeda digital emitida pelo próprio banco central, um tipo de criptomoeda que se diferencia de uma Bitcoin ou Ethereum, por exemplo, porque a emissão e gestão está concentrada nessa instituição e não numa blockchain descentralizada.
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Este tipo de ativos cabem dentro da definição de moedas digitais estáveis, porque têm também como característica o facto de terem como referência o valor de outro ativo, que pode ser uma moeda fiduciária ou um ativo físico. Neste caso, a referência será o sistema usado pelo Brasil para pagamentos fiduciários, o STR (Reserve Transfer System) que, por sua vez, tem como referência o Real.
“Isto (usar o STR no Real Digital) é uma forma de criar a digitalização da moeda sem criar uma ruptura nos balanços dos bancos”, explicou o responsável, em declarações citadas pelo site Cointelegraph, acrescentando que os bancos vão poder emitir moedas digitais estáveis sobre os seus depósitos.
Esse cenário tem aliás vindo também a ser testado, num projeto que juntou o Banco Central do Brasil e nove instituições bancárias do país e é um dos pontos no roadmap apresentado por Roberto Neto, que culmina com o lançamento de um piloto do real digital, no quarto trimestre do ano.
O mesmo responsável reconheceu que as moedas digitais ainda são mais vistas como um investimento, do que como uma forma de pagamento, uma realidade que pode mudar se a adoção for massificada.
Como meio de investimento, recorde-se, um estudo recente mostrou que os brasileiros estão entre os que mais investem em criptomoedas, uma tendência que se tem verificado em vários países com moeda em desvalorização face ao dólar.
O Brasil tem também vindo a discutir legislação para regular o mercado de criptomoedas, as competências do Governo federal nessa regulação e definir os atributos dos ativos digitais, um processo que já dura há alguns anos.