17/04/2022 - 12:05
“Esperamos anos por isso!”, diz Jesús Medina, em frente a uma das várias lojas de alimentação que atendem as filas intermináveis de clientes neste fim de semana no festival Coachella, que está de volta para sua primeira edição após o hiato de dois anos devido à pandemia de covid -19.
O gigantesco festival de música começou na sexta-feira e se estende por dois finais de semana consecutivos de três dias no exclusivo Empire Polo Club, na cidade de Indio, localizada no deserto californiano e com pouco mais de 90 mil habitantes.
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Este município acolhe vários festivais que geram um lucro direto anual de cerca de 3 milhões de dólares, segundo estimativas oficiais. No entanto, com as restrições sanitárias decorrentes da pandemia, esta fonte de renda foi afetada.
“Tínhamos tudo pronto para chegar em 2020, mas tudo foi cancelado com a pandemia”, diz Medina, dono do “Cena Vegana”. Somente na sexta-feira, na inauguração, ele já vendeu mais de mil burritos.
“Isso não para, as filas não têm fim, é uma oportunidade muito boa para nós”, comenta com entusiasmo.
O festival recebe mais de 125 mil pessoas por dia, que vêm assistir aos shows de dezenas de artistas renomados. Milhares de espectadores ficam em Indio ou Palm Springs, ou acampam em locais próximos ao evento, onde perambulam até 12 horas por dia.
Os hotéis de Palm Springs celebram a chegada de milhares de pessoas à região.
“Estava muito calmo por alguns anos, mas agora estamos cheios. Estamos felizes”, disse à AFP Char Pershind, gerente do hotel Zoso.
Quase todos os 162 quartos estão ocupados por espectadores ou funcionários ligados ao festival. Praticamente tudo está esgotado para o próximo fim de semana.
Para Pershind, que trabalhou em outro hotel da região em 2019, quando foi realizada a última edição do Coachella, este ano chegaram muito mais pessoas. “As pessoas estão esperando há tanto tempo. Elas querem sair e curtir a atmosfera. Acho que elas vêm pela música, mas também por muito mais”, diz ele.
No Empire Polo Club, o público tem infinitas opções de fast food e bebidas. Conforme o sol se põe, as filas crescem nas barracas distribuídas entre os sete palcos.
“O início foi um pouco difícil para nós porque é a primeira vez que trabalhamos nesse modelo de vendas, mas quando as pessoas começaram a chegar no meio da tarde estávamos prontos e depois das 16h não paramos um segundo até 1h00″, diz Santiago Restrepo, que estreou este ano no festival com “Sus Arepas”, vendendo a tradicional broa de milho venezuelana.
“Foi ótimo para nós, realmente foi um excelente primeiro dia e hoje achamos que vai ser melhor”, acrescentou Restrepo diante de uma longa fila de clientes na tarde de sábado.