Por Elizabeth Howcroft

LONDRES (Reuters) – Mais de 40 líderes de negócios de criptomoedas pediram à União Europeia que não exija que as empresas do segmento divulguem detalhes de transações e diminuam as tentativas de fiscalizar as plataformas financeiras descentralizadas em rápido crescimento.

Em uma carta vista pela Reuters e enviada a 27 ministros das Finanças da União Europeia em 13 de abril, as empresas de criptomoedas pediram aos formuladores de políticas que garantam que seus regulamentos não atinjam regras já em vigor sob o Grupo de Ação Financeira global (GAFI), que estabelece padrões para combate de lavagem de dinheiro.

Os parlamentares da União Europeia aprovaram no mês passado apoio a novas salvaguardas que envolve rastreamento de operações feitas em bitcoin e outras criptomoedas. As regras, contestadas pela principal corretora de moedas digitais dos Estados Unidos, Coinbase, exigem que as empresas de criptomoedas coletem e guardem informações sobre quem está envolvido nas transferências de moedas digitais.

Em resposta à votação do mês passado, 46 ​​líderes e organizações da indústria de criptomoedas europeia disseram na carta que as propostas “colocam em risco todos os proprietários de ativos digitais”, levando à divulgação pública de detalhes de transações e endereços de carteiras. Isso reduzirá a privacidade e a segurança dos detentores de criptomoedas, disseram os autores da carta.

O bloco também está introduzindo uma estrutura mais ampla, conhecida como MiCA, para regular todos os emissores e provedores de serviços na União Europeia que lidam com criptoativos. A carta pediu a exclusão de projetos descentralizados, que incluem finanças descentralizadas ou “DeFi”, dos requisitos para se registrarem como pessoas jurídicas. No documento, as entidades também afirmam que certas “stablecoins” descentralizadas não deveriam estar sujeitas ao regulamento MiCA.

O presidente-executivo da CoinShares, Jean-Marie Mognetti, que organizou a carta, disse que a Europa atualmente tem regulamentações de criptomoedas mais complexas do que outras regiões, o que impediu que as empresas do setor crescessem no continente.

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