22/04/2022 - 23:00
Os comunistas russos manifestaram, nesta sexta-feira (22), seu apoio à ofensiva lançada pelo presidente Vladimir Putin na Ucrânia, vista como um duelo com os Estados Unidos, em uma cerimônia pelo 152º aniversário do nascimento de Lênin.
“Os anglo-saxões vieram (para a Ucrânia) para lutar, para dominar o planeta”, declarou o primeiro-secretário do Partido Comunista Russo, Gennady Zyuganov, de 77 anos.
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“Hoje, nas planícies ucranianas, está sendo decidido se o mundo será unipolar, sob seu comando (dos anglo-saxões), ou multipolar”, acrescentou a liderança comunista.
“É necessário defender o Estado”, insistiu Zyuganov, acusando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os Estados Unidos de combaterem “o mundo russo”.
Na Praça Vermelha de Moscou, Zyuganov participou de uma cerimônia pelo 152º aniversário do nascimento de Lênin, o primeiro líder revolucionário da União Soviética, cuja figura ainda é reverenciada pelos comunistas.
Cerca de 200 pessoas se reuniram pela manhã perto dos muros do Kremlin, agitando retratos do líder comunista e bandeiras vermelhas com a foice e o martelo. Depois, depositaram cravos diante do mausoléu, onde Lênin repousa embalsamado desde sua morte, em 1924.
Assim como o conjunto da classe política russa, os comunistas apoiaram a intervenção militar lançada por Putin na Ucrânia, em 24 de fevereiro. Essa ofensiva exacerbou as já fortes tensões entre Rússia e Estados Unidos.
Muitos analistas comparam a situação atual com a Guerra Fria, que colocou os Estados Unidos contra a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) por mais de quatro décadas, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Rússia e Ucrânia eram parte da URSS, até sua dissolução, em 1991.