07/05/2022 - 13:47
Apesar dos indícios de alta no número de casos e óbitos pela Covid-19, especialistas afirmam que a previsão é de que o país não enfrentará ondas de hospitalizações nos próximos meses.
Para garantir a segurança, é preciso aumentar as coberturas vacinais da terceira dose, que atualmente contempla pouco mais de 41% da população, e da quarta dose entre os idosos, que foi aplicada em apenas 16% da população com mais de 80 anos, segundo o Ministério da Saúde.
“Nós temos um alto percentual com duas doses, o que segura contra hospitalização e óbito, mas não é o ideal. Temos muitas pessoas sem a terceira e a quarta dose, que estão mais em risco. As pessoas não estão voltando para o reforço porque perderam a sensação de urgência, já que estamos nesse cenário melhor. Mas sabemos que, em uma população que não consegue atingir um percentual elevado de vacinação, a doença segue circulando e eventualmente chega nos mais vulneráveis”, disse a microbiologista Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência, ao jornal O Globo.
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“Acelerar a vacinação não é algo que acontece de uma semana para outra. Então, temos de nos prepararmos para evitar problemas daqui a dois três meses, a gente precisa tomar uma atitude agora. Não adianta falar sobre isso quando estivermos numa onda com aumento nos números”, afirmou ao jornal o médico geneticista Salmo Raskin, diretor do laboratório Genetika, em Curitiba.
No Brasil, a cobertura vacinal está elevada entre os mais idosos, chegando a aproximadamente 90% dos mais de 70 anos, mas ainda é baixa em outras faixas etárias. Entre as pessoas de 18 a 35 anos, nem 40% receberam a aplicação das três doses e isso impacta a proteção nacional.
Apenas 41% dos brasileiros buscaram o reforço da terceira dose e, após o pico da Ômicron, o ritmo de vacinação foi reduzido. O índice de aplicações diárias de doses de reforço caiu de 740.713, em janeiro, para uma média de 176.938 doses aplicadas por dia, na última semana de abril, uma queda de 76% no ritmo de vacinação.