23/05/2022 - 11:15
Por Balazs Koranyi e Dan Burns
DAVOS, Suíça (Reuters) – Múltiplas ameaças à economia global estão no topo da lista de preocupações dos países mais abastados do mundo num encontro anual em Davos nesta segunda-feira, com alguns sinalizando o risco de uma recessão mundial.
Líderes políticos e empresariais estão reunidos para o Fórum Econômico Mundial na Suíça em meio a um cenário de inflação no nível mais alto em uma geração nas principais economias, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e zona do euro.
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Esses aumentos de preços minaram a confiança do consumidor e abalaram os mercados financeiros mundiais, levando vários bancos centrais, incluindo o Federal Reserve, dos EUA, a aumentar as taxas de juros.
Ao mesmo tempo, as repercussões nos mercados de petróleo e alimentos da invasão da Ucrânia pela Rússia –que Moscou descreve como uma “operação militar especial”– e os lockdowns da Covid-19 por tempo indeterminado na China agravam a incerteza.
“Temos pelo menos quatro crises, que estão interligadas. Temos inflação alta… temos uma crise de energia… temos pobreza alimentar e temos uma crise climática. E não podemos resolver os problemas se nos concentrarmos em apenas uma das crises”, disse o vice-chanceler alemão, Robert Habeck.
“Mas, se nenhum dos problemas for resolvido, temo que estejamos caminhando para uma recessão global com tremendo efeito… na estabilidade global”, disse Habeck durante um painel de discussão do Fórum Econômico Mundial.
Os juros mais altos –com expectativa de mais elevações adiante–, no entanto, ainda não enfraqueceram os gastos do consumidor ou o aquecido mercado de trabalho norte-americano.
“Ainda não estamos vendo isso se materializar em nossos negócios”, disse o presidente-executivo da Marriott International Inc, Anthony Capuano, sobre a ameaça de recessão, acrescentando: “Continua havendo demanda reprimida.”
Mercados emergentes importantes, incluindo a China, ainda devem ter crescimento em 2022, mesmo que em ritmo mais lento do que o estimado anteriormente.
Marcos Troyjo, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, operado pelos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), disse que a instituição ainda espera “crescimento robusto” este ano de China, Índia e Brasil.