27/05/2022 - 21:15
O consumidor brasileiro já percebeu que o preço do cafezinho do dia-a-dia está ficando cada vez mais amargo. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a saca dos cafés arábica e conilon subiu 155% entre dezembro de 2020 e novembro de 2021. O que representou uma alta de 52% no café torrado e moído nas prateleiras.
Para se ter uma ideia do quanto o café impactou no bolso do brasileiro nesse período, o salário mínimo subiu 5,2%, o Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) foi de 10,1%. O café superou até vilões poderosos como o Diesel, que subiu 48,3%, e a gasolina, que aumentou 48,8%.
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O diretor executivo da Abic, Celírio Inácio, explica quais os fatores que mais influenciam nessa subida de preço. “É preciso ressaltar que o café é precificado com base no que se espera da próxima colheita. Como resultado, então, tivemos um aumento na matéria-prima de mais 150%. A alta do dólar também foi um fator importante para o aumento do preço, pois produtos como insumos e fertilizantes são cotados nessa moeda, encarecendo os custos”.
Ele alerta, no entanto, que o consumo da bebida no país aumentou 1,7% nesse período.
Preços não param de subir e consumo cai em 2022
De acordo com levantamento da Scanntech, que acompanhou mais de 27 mil pontos de venda, o pó de café aumentou mais de 70% entre abril do ano passado e abril deste ano. O consumo também caiu 6% no período.
Outra tendência que a pesquisa descobriu foi que a retração no consumo do café torrado e moído começou a cair em agosto do ano passado, quando o quilo do pó ultrapassou o valor de R$ 25. “É quando a curva de consumo sofre a maior desaceleração”, explicou Priscila Ariani, diretora da Scanntech.
A análise também leva em conta que os preços devem continuar subindo este ano. O café Torrado e Moído e Grãos atingiu o preço médio de R$ 33,31 o quilo. O café em cápsula também registrou uma queda de 11% nas vendas, apesar de um aumento menor de preços. A única categoria que registrou crescimento nas vendas em unidades foi a do café solúvel (+2%), coincidentemente a que sofreu aumento de preço menos expressivo (+27%).