10/06/2022 - 9:57
WASHINGTON (Reuters) – A alta dos preços ao consumidor nos Estados Unidos acelerou em maio, uma vez que os custos da gasolina atingiram um recorde e os de serviços subiram ainda mais, sugerindo que o Federal Reserve pode continuar com altas de 0,50 ponto percentual nos juros até setembro para combater a inflação. O índice de preços ao consumidor subiu 1,0% no mês passado, após avanço de 0,3% em abril, disse o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira. Economistas consultados pela Reuters projetavam aumento mensal de 0,7%.
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Os preços da gasolina subiram em maio, chegando a uma média de cerca de 4,37 dólares por galão, de acordo com dados do clube automobilístico AAA. Nesta sexta os preços do galão flertavam com os 5 dólares, indicando que a inflação mensal permanecerá elevada em junho.
A inflação também foi impulsionada no mês passado por preços mais altos para outros bens, como alimentos, que aumentaram na sequência da guerra na Ucrânia. A política de Covid-19 zero da China, que afetou as cadeias de abastecimento, também deve manter os preços pressionados para cima.
Os preços de serviços como aluguéis, hospedagem em hotéis e viagens aéreas também foram altos no mês passado. Havia esperança de que a mudança dos gastos de bens para serviços ajudaria a esfriar a inflação, mas um mercado de trabalho apertado está elevando os salários, o que contribui para o aumento dos preços dos serviços.
Os dados de inflação foram publicados antes de um segundo aumento esperado de 0,5 ponto percentual pelo Fed nos juros na próxima quarta-feira. O banco central dos EUA deve elevar sua taxa de juros em mais 0,5 ponto percentual em julho. Desde março, o Fed já elevou a taxa básica em 0,75 ponto.
“Uma inflação mensal forte e contínua pode sugerir que o Fed orientará mais explicitamente a continuidade de aumentos de 0,50 ponto ou mais até que os dados da inflação estejam diminuindo de forma convincente”, disse Veronica Clark, economista do Citigroup.
Nos 12 meses até maio, os preços ao consumidor aumentaram 8,6%, de 8,3% em abril. Os economistas esperavam que a taxa anual atingisse o seu pico em abril.
A inflação subjacente foi igualmente forte no mês passado, pois os aluguéis e as tarifas aéreas mantiveram sua marcha ascendente.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice subiu 0,6%, repetindo a taxa abril.
O chamado núcleo do índice de preços ao consumidor aumentou 6,0% nos 12 meses até maio, de 6,2% em abril. A inflação por todas as medidas ultrapassa de longe a meta de 2% do Fed
(Reportagem de Lucia Mutikani)