NOVA YORK (Reuters) – Os mercados emergentes registraram um quinto mês consecutivo de saídas de carteiras em julho, estabelecendo a mais longa sequência do tipo desde 2005, com o risco de recessão global, a inflação e um dólar forte afastando investimentos, mostraram dados do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) nesta quarta-feira.

Agentes não residentes retiraram 9,8 bilhões de dólares de portfólios de mercados emergentes em julho, mostram os dados, em comparação com saída de 3,8 bilhões em junho e ingresso de 35,1 bilhões no mesmo mês de 2021.

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O saldo negativo dos últimos cinco meses totalizou 39,3 bilhões de dólares, segundo o IIF.

O dinheiro deixou os mercados emergentes em parte porque as economias desenvolvidas reverteram um ambiente de anos de taxas de juros muito baixas, em tentativa de domar a inflação. A invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro, desencadeou um aumento nos preços de alimentos e energia que aumentou o desafio das autoridades monetárias.

“A maior parte da dinâmica recente dos fluxos pode ser atribuída ao dólar”, disse o economista do IIF Jonathan Fortun em comunicado, observando que, após uma série de aumentos de juros, o Federal Reserve pode estar se aproximando de uma taxa “neutra”. Atingir esse nível e manter alguma estabilidade nos custos dos empréstimos dos Estados Unidos poderia ajudar a conter as saídas de mercados emergentes.

Mas, na terça-feira, um trio de membros do Fed sinalizou que eles e seus colegas permanecem “completamente unidos” quanto à necessidade de elevar os juros a um nível que reduza mais significativamente a atividade econômica e dome a inflação mais alta desde a década de 1980.

A média móvel de 21 dias do índice do dólar fechou a terça-feira em seu nível mais alto desde meados de novembro de 2002.

Julho trouxe entradas de 2,5 bilhões de dólares em carteiras de ações de mercados emergentes fora da China, o primeiro mês de superávit desde fevereiro, enquanto o mercado de dívida de mercados emergentes excluindo a China registrou saídas de 6,0 bilhões de dólares.

As carteiras da China tiveram saldo negativo de 6,4 bilhões de dólares, com 2,9 bilhões saindo da dívida e 3,5 bilhões sendo retirados das ações.

(Por Rodrigo Campos)

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