09/08/2022 - 21:18
SÃO PAULO (Reuters) – A exportação de café verde do Brasil em julho somou 2,168 milhão de sacas de 60 kg, queda 15,8% ante o mesmo mês de 2021, marcando o menor volume para o mês desde 2018, segundo dados do conselho de exportadores (Cecafé) divulgados nesta terça-feira.
A exportação de grãos da variedade arábica atingiu 2,02 milhões de sacas em julho, queda de 6,5% ante o mesmo mês de 2021, enquanto os embarques de robusta/conilon somaram 144,6 mil sacas, recuo de 64,8% na mesma comparação.
Incluindo o produto industrializado, os embarques totais de café somaram 2,476 milhões de sacas em julho, primeiro mês da safra 2022/23, volume que indica recuo de 14,9% no comparativo anual.
Problemas logísticos, a forte demanda da indústria nacional e atrasos na colheita ajudam a explicar o desempenho do setor no mês passado.
“Os fabricantes brasileiros de café torrado e moído e de solúvel têm mantido forte demanda pelos canéforas em seus blends e, não podemos esquecer que, apesar de uma melhora branda, ainda persistem os entraves no comércio marítimo global”, disse o presidente da entidade, Günter Häusler, em nota.
Ele lembrou que a entrada das safras novas se dá, com peso maior, a partir dos meses de agosto, mas destacou que um atraso na colheita este ano também limitou os embarques.
“A colheita, hoje, encontra-se em ritmo normal, mas o atraso ocorrido nos meses anteriores afetou de maneira leve a exportação”, disse o dirigente.
“Além disso, as fortes e recentes oscilações ocorridas nos preços, aliadas à continuidade da guerra e às incertezas relacionadas à macroeconomia global, têm reduzido a dinâmica da comercialização, fazendo com que os produtores analisem os melhores cenários para realizar as vendas”, completou Häusler.
O preço médio do café, por sua vez, aumentou 64,8% em julho, para 235,70 dólares por tonelada. Com isso, apesar do recuo no volume de embarques, a receita cambial subiu 40,3% no comparativo anual, para 583,68 milhões de dólares.
O presidente do Cecafé disse que este desempenho resulta dos elevados níveis dos preços internos e externos do produto, e também da taxa de câmbio favorável à exportação.
(Por Roberto Samora e Nayara Figueiredo)