09/08/2022 - 23:34
Um ex-funcionário do Twitter foi considerado culpado nesta terça-feira (9) de ter espionado usuários da rede social para a Arábia Saudita, que queria saber a identidade de críticos do regime e da família real.
Um júri em um tribunal de São Francisco considerou que Ahmad Abouammo vendeu informações pessoais de usuários anônimos a Riad por dezenas de milhares de dólares.
O homem pode ser condenado a entre 10 e 20 anos de prisão por atuar para um governo estrangeiro, lavagem de dinheiro, fraude e falsificação de documentos. Sua sentença será definida posteriormente.
“As evidências mostraram que, por dinheiro e enquanto pensava fazê-lo de modo oculto, o réu vendeu sua posição” para uma pessoa próxima à família real da Arábia Saudita, disse o promotor federal Colin Sampson ao júri na semana passada, após duas semanas de julgamento.
Várias ONGs acusam regularmente o regime saudita de espionar, sequestrar e torturar dissidentes, o que Riad nega.
Ahmad Abouammo foi preso em Seattle em novembro de 2019 por um caso de espionagem que teve início em 2014 e tem ainda outro acusado, o saudita Ali Alzabarah, também ex-funcionário do Twitter, que fugiu dos EUA.
Segundo a advogada de Abouammo, Angela Chuang, seu cliente foi julgado no lugar de Alzabarah. “É evidente que os réus que o governo buscava não estão aqui”, declarou.
O Twitter comunicou à AFP que não deseja comentar o veredicto.