SÃO PAULO (Reuters) – A soja plantada no Pará, uma das regiões onde o cultivo da oleaginosa mais cresce no Brasil, está em sua maioria em conformidade com requisitos socioambientais exigidos pelo Protocolo Verde de Grãos, disse nesta quarta-feira a associação da indústria Abiove.

Um Estado ambientalmente sensível, em área amazônica, o Pará elevou em mais de sete vezes o cultivo de soja no período de dez anos, de 119 mil hectares, em 2011/12, para 829 mil hectare na última temporada (2021/22), segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento).

Embora o Pará seja um pequeno produtor, cultivando menos de 2% da soja do Brasil, o avanço do plantio no Estado chamou a atenção das autoridades, que em 2014 propuseram o protocolo no qual companhias do agronegócio se comprometem a adquirir o produto apenas de propriedades agrícolas que operam dentro da legalidade.

Segundo dados divulgados pela Abiove, cerca de 96% da produção de soja do Estado está em conformidade com o pacto, que visa promover o desenvolvimento das atividades agrícolas em consonância com a preservação dos recursos naturais do bioma da Amazônia, onde produtores em área de floresta precisam ter uma parcela de 80% de reserva legal.

Entre os signatários do pacto, que tem o Ministério Público Federal entre os gestores, estão Abiove e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que reúnem as principais companhias multinacionais do setor, como ADM, Bunge, Cargill. Há também dezenas de companhias locais.

O gerente de sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Bernardo Pires, disse em nota que para aumentar a transparência do principal pacto ambiental da cadeia de grãos do Pará foi criado um site (protocolodegraos.com.br).

“As pessoas precisam conhecer quais são as empresas que estão comprometidas com a responsabilidade socioambiental e a comercialização segura de produtos agrícolas de origem legal, como funciona a auditoria deste processo e, mais importante, como fazer parte dele”, disse Bernardo.

A pacto no Pará se soma a outras iniciativas da indústria de soja que buscam evitar que a soja seja vetor de desmatamento na Amazônia.

Entre elas, está Moratória da soja, no qual as tradings e processadoras se comprometeram em 2006 a não comercializar nem financiar soja produzida em áreas desmatadas no Bioma Amazônico após 22 de julho de 2008, data de referência do Código Ambiental Brasileiro.

(Por Roberto Samora)

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