01/09/2022 - 11:19
É comum que muitas pessoas pensem nos músculos como uma parte do corpo separada do cérebro. Fazer musculação, portanto, é frequentemente associada a estética e força, e nunca a possíveis benefícios cognitivos. Mas estudos mostram que essa premissa está incompleta.
Segundo o Massachusetts Institute of Technology (MIT), cérebro e músculos estão em constante conversa, enviando sinais eletroquímicos. “De uma maneira muito tangível, nossa saúde cerebral ao longo da vida depende de manter nossos músculos em movimento”, afirma o instituto, com base no estudo publicado na revista científica Science Direct.
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O músculo esquelético é o tipo de músculo que permite que você mova seu corpo e é um dos maiores órgãos do corpo humano, explica o MIT Technology Review.
Além disso, é também um tecido endócrino, que libera moléculas de sinalização, que viajam para outras partes do corpo para dizer a elas o que fazer. Essas moléculas são chamadas de miocinas.
As miocinas criam novas células ou realizam outras atividades metabólicas. Quando chegam ao cérebro, elas regulam as respostas fisiológicas e metabólicas por lá e podem afetar a cognição, o humor e o comportamento emocional.
Segundo o estudo, o exercício estimula ainda mais o que os cientistas chamam de “conversa cruzada” do cérebro muscular. A mensagem que as miocinas passam determinam respostas benéficas no cérebro, que pode incluir a formação de novos neurônios e aumento da plasticidade sináptica, que está relacionada ao aprendizado e a memória.
Sendo assim, os pesquisadores passaram a afirmar que músculos fortes são fundamentais para a função saudável do cérebro.
Efeitos do envelhecimento
Quando jovens, mesmo pouco exercício já é suficiente para que os músculos cresçam. À medida que envelhecemos, esse “sinal” enviado pelo exercício fica muito mais fraco. No entanto, a musculação segue recomendada aos idosos, pois apesar de ser mais difícil de conseguir e manter os resultados nesse período da vida, essa prática é fundamental para apoiar o cérebro.
O Instituto Nacional de Envelhecimento dos Estados Unidos defende que mesmo o exercício moderado pode aumentar o metabolismo em regiões do cérebro importantes para o aprendizado e a memória em adultos mais velhos.
Isso porque o hipocampo, estrutura cerebral associada à aprendizagem e memória, encolhe no final da idade adulta, elevando o risco de demência. Porém, outra pesquisa publicada pelo Instituto Nacional de Saúde estadunidense, mostra que o treinamento físico aumenta o tamanho do hipocampo, mesmo no final da vida, protegendo contra a perda relacionada à idade e melhorando a memória espacial.