01/09/2022 - 12:48
IBGE revela aumento de 2,3% em relação ao período anterior. Alívio das restrições e volta dos negócios presenciais movimentam setor de serviços, que representa em torno de 70% do PIB. Agropecuária tem o pior desempenho.Dados divulgados nesta quinta-feira (01/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,2% no segundo trimestre de 2022, na comparação com os três meses anteriores.
Em relação ao mesmo trimestre de 2021, o crescimento do PIB foi de 2,3%. Este é o quarto trimestre consecutivo de alta na atividade econômica brasileira, fortemente impulsionada pelo setor de prestação de serviços.
A revisão pelo IBGE dos índices de crescimento dos últimos trimestres resultou num aumento de 1% para 1,1% nos primeiros três meses do ano. O crescimento registrado em todo o primeiro semestre de 2022 foi de 2,5%.
O PIB atingiu o segundo patamar mais alto da série, ficando 0,3% atrás do recorde alcançado no primeiro trimestre de 2014. Em valores correntes, o PIB chegou a 2,4 trilhões de reais, contra os 2,249 trilhões de reais registrados no primeiro trimestre.
Com esses números, a atividade econômica brasileira ficou 3% acima do quarto trimestre de 2019, o último antes da pandemia de covid-19. A alta no segundo trimestre refletiu também o alívio das restrições impostas para conter o coronavírus, com o retorno dos negócios presenciais e a maior circulação de pessoas.
Serviços puxam alta do PIB
Essa reabertura impulsionou o setor de prestação de serviços, que representa em torno de 70% do PIB, com alta de 1,3% no segundo trimestre e de 4,5% na comparação com o mesmo período de 2021.
O consumo familiar aumentou 2,6% na comparação com o primeiro trimestre de 2022, e 5,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Dentro do setor de serviços, outras atividades de serviços (3,3%), transportes (3,0%) e informação e comunicação (2,9%) alavancaram a alta, juntamente com a reabertura de serviços presenciais, como hotéis e restaurantes.
Em seguida, vem atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,4%) e atividades imobiliárias (0,3%). A única queda do setor foi em administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,8%).
Na avaliação do semestre. o melhor resultado foi obtido nas outras atividades de serviços (alta de 13,1%), transporte, armazenagem e correio (10,6%), informação e comunicação (5,1%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (2,0%), e atividades imobiliárias (0,4%).
Os investimentos tiveram alta de 4,8%. Ao mesmo tempo, as exportações caíram 2,5% e as importações aumentaram 7,6%.
Indústria em alta
O desempenho da indústria surpreendeu e acelerou 2,2% no segundo trimestre. No mesmo período de 2021, a alta foi de 1,9%. O setor se beneficiou de uma alta de 3,1% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos.
Na comparação com o trimestre anterior, foram registrados crescimentos de 2,7% na construção, 2,2% nas indústrias extrativas e de 1,7% nas de transformação.
Na análise do primeiro semestre, as atividades de construção e eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos acumularam bom desempenho (9,5% e 9,2%, respectivamente) enquanto as indústrias extrativas e de transformação recuaram
No acumulado em quatro trimestres contra o período imediatamente anterior, a indústria teve alta de 0,1%.
Agropecuária tem pior desempenho
O setor da agropecuária apresentou resultado positivo no segundo trimestre (0,5%), mas ainda permanece com o pior desempenho entre os setores. No acumulado de 2022, a queda foi de 5,4% comparado a 2021, enquanto os serviços têm alta de 4,1% e a indústria, de 0,2%.
O agro também teve queda de 2,5% na comparação com o segundo trimestre de 2021. O IBGE avalia que produtos agrícolas cujas safras são significativas no período apresentaram decréscimo na estimativa de produção anual e perda de produtividade.
Essa queda foi observada na procura de soja (-12,0%) e arroz (-8,5%). Segundo o IBGE, em 2022 o milho e o café tiveram crescimento estimado em 27,0% e 8,6%, respectivamente.