09/09/2022 - 4:25
A morte da rainha Elizabeth II, do Reino Unido, aos 96 anos, anunciada na tarde desta quinta-feira (8), tornou-se manchete em toda imprensa mundial, já que a chefe de Estado que exerceu um reinado de 70 anos era uma das figuras políticas mais emblemáticas do planeta havia décadas. No entanto, junto com as inúmeras matérias retratando sua vida, momentos importantes e graves ocorridos enquanto esteve à frente do trono britânico, um termo se destacou como um dos mais procurados no Google em todo o mundo: “rainha nazista”.
Essa suposta relação entre o nome de Elizabeth e o regime genocida encabeçado por Adolf Hitler nos anos 30 e 40 do século XX começa com uma reportagem divulgada há sete anos pelo diário The Sun, de Londres. Nela, a pequena Elizabeth, à época com seis anos, em 1933 ou 1934, surge num vídeo preto e branco fazendo a saudação “Heil Hitler”, com o braço esticado à frente do corpo, estimulada por seu tio, que poucos anos depois se tornaria o rei Eduardo VIII.
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A captura do momento exato do gesto foi colocada na primeira página do The Sun, em sua edição de 18 de julho de 2015, e caiu como uma bomba na sociedade britânica, ao lado da manchete “Filme secreto de 1933 mostra Eduardo VIII ensinando saudação nazista à rainha”.
Na época da divulgação das imagens, a Casa Real do Reino Unido condenou a atitude do jornal, dizendo que aquele registro era privado e não deveria ter se tornado alvo de divulgação. A realeza justificou ainda o gesto usando mais de um argumento.
Antes de tudo, uma criança de seis anos não teria qualquer noção do que estava fazendo ao receber ordens de um adulto da família, disseram oficialmente os funcionários do staff real. Da mesma forma, em 1933, nos primórdios da ascensão do nazismo na Alemanha, nada do que seria o macabro genocídio perpetrado contra judeus e outros grupos sociais havia acontecido ainda, alegaram.
Por fim, historiadores afirmaram que no começo dos anos 30, era bastante comum britânicos usarem esse gesto como forma de deboche e piada contra os alemães, e que aquela possivelmente era uma cena provocativa à nação recém-liderada por Hitler, e não uma manifestação de apoio.