Previstas para encerrar atividades no fim do ano, duas das três usinas remanecentes no país ficarão em operação até, pelo menos, abril de 2023. Motivo é a crise energética desencadeada pela guerra na Ucrânia.O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, informou nesta terça-feira (27/09) que o país manterá duas de suas três usinas nucleares restantes em funcionamento até, pelo menos, abril de 2023.

Habeck disse que as usinas nucleares localizados no sul do país, a Isar 2, na Baviera, e a Neckarwestheim, em Baden-Württemberg, continuarão em atividade no primeiro trimestre do próximo ano. O argumento é de que o funcionamento de pelo menos duas das três usinas nucleares é necessário devido à demanda por energia no inverno.

O motivo para isso é a guerra na Ucrânia, que gerou uma crise política e, consequentemente, uma redução do abastecimento de gás por parte da Rússia para a Alemanha.

“As operadoras agora farão todos os preparativos necessários para que as usinas nucleares do sul da Alemanha produzam eletricidade no inverno, naturalmente em conformidade com os regulamentos de segurança”, disse Habeck.

A terceira usina nuclear ainda ativa, em Emsland, na Baixa Saxônia, não deve fazer parte dessa reserva de emergência e deve ser desativada até o final do ano. No primeiro trimestre do ano, juntas, as três usinas responderam por 6% da geração de eletricidade do país, enquanto o gás foi responsável por 13%.

No início do mês, autoridades na Alemanha haviam dito que manteriam seus planos de desligar as três usinas nucleares restantes até o final de dezembro, mas poderiam reativá-las em caso de uma grave crise de energia.

Fim das usinas nucleares

A Alemanha desativou três usinas nucleares no final de 2021. Em 2011, o governo alemão anunciou a eliminação progressiva da energia nuclear no país, após o devastador acidente com o reator em Fukushima, no Japão.

Berlim, que dependia fortemente do gás natural russo até a guerra na Ucrânia, tem procurado fontes alternativas de energia.

Os problemas energéticos da Alemanha e da União Europeia ganharam atenção internacional porque a Rússia costumava fornecer até 40% de gás para a UE antes da invasão da Ucrânia, combustível essencial para o aquecimento no inverno.

Os preços do gás na Europa mais que dobraram desde o início do ano, devido à queda da oferta russa em retaliação a sanções impostas pelo Ocidente a Moscou. No entanto, Habeck expressou confiança há alguns dias de que a Alemanha passaria o inverno “confortavelmente” se tudo funcionasse conforme o planejado.

le (Reuters, AP)