Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – Em mais um ataque contra o que considera atuação exagerada de Alexandre de Moraes, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira que se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for eleito, quem vai governar o país será o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e afirmou que se for reeleito haverá um limite na atuação do magistrado.

Em entrevista no Youtube, Bolsonaro também falou que o vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), “é o cara de Moraes” simplesmente porque, quando era governador de São Paulo pelo PSDB, Alckmin chegou a escolher Moraes para comandar a Secretaria de Segurança Pública estadual.

“Por que o Alckmin está lá? Não é porque o Lula ‘ah, vou botar um cara que é católico, não sei o que lá’. Não, está lá porque ele é o cara do Alexandre de Moraes. Quem vai governar o país com o Lula presidente? Vai ser o Alexandre de Moraes, alguém tem dúvida disso? Ele tem muito poder com a caneta dele, sabe que comigo o poder não é absoluto, sabe disso. Aqui nós temos limite”, disse.

“Paulo Sérgio, eu não mando no Brasil, você não manda na Defesa e fulano de tal não manda naquele lugar., é natural, até em casa, você tem um limite aí, você que é casado”, emendou ele, referindo-se a uma conversa que teria tido com o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Bolsonaro tem travado há tempos um embate com Moraes, que, além de presidir o TSE nas eleições, conduz investigações sensíveis contra o presidente e pessoas próximas a ele no Supremo Tribunal Federal.

Procurada, a assessoria do TSE disse que o magistrado não vai se pronunciar sobre as declarações de Bolsonaro.

O presidente comentou na entrevista a decisão de Moraes da quinta-feira de suspender investigações da Polícia Federal e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra institutos de pesquisa após eles terem apontado em levantamentos às vésperas do primeiro turno uma vantagem de Lula superior ao que ocorreu nas urnas no dia 2 de outubro.

O candidato à reeleição voltou a criticar os institutos de pesquisa.

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