WASHINGTON (Reuters) – Os subsídios de energia da Europa podem reduzir a atual taxa de inflação, mas apenas às custas de leituras futuras mais altas, complicando potencialmente a tarefa da política monetária, disse neste sábado o membro do Banco Central Europeu (BCE) François Villeroy de Galhau.

Temendo que os altos preços da energia possam enfraquecer o poder de compra das famílias, os governos estão agora oferecendo um apoio abundante e alguns já advertiram que os gastos excessivos poderiam deixar as políticas fiscal e monetária em conflito, já que uma está afrouxando enquanto a outra está sendo apertada.

“Não devemos ter a ilusão de que tetos de preços reduzem a inflação subjacente”, disse Villeroy em Washington no sábado, dirigindo-se a uma reunião do G30, um grupo de autoridades financeiras privadas e públicas

“Tetos de preços, se temporários, só reduzem a inflação medida atual às custas da inflação medida no futuro”, disse ele.

O BCE tem apertado a política monetária rapidamente este ano e Villeroy argumentou que os governos também deveriam desempenhar seu papel, restabelecendo a disciplina fiscal porque as políticas fiscal e monetária estão desalinhadas.

(Reportagem de Balazs Koranyi)