01/11/2022 - 16:59
Bilionário assume o comando da empresa após comprá-la por 44 bilhões de dólares. Mudanças começaram com a demissão de uma série de executivos da plataforma.O empresário Elon Musk confirmou nesta segunda-feira (31/10) que está assumindo o comando do Twitter. A rede social foi comprada pelo homem mais rico do mundo por 44 bilhões de dólares na última quinta-feira, após meses de negociações e entraves.
Na semana passada, Musk demitiu o então chefe da empresa, Parag Agrawal, e outros líderes, como a diretora jurídica da empresa, Vijaya Gadde, e propôs revisões nos processos de verificação de usuários da plataforma.
“Todo o processo de verificação está sendo reformulado agora mesmo”, disse Musk no domingo.
Em um comunicado, o novo proprietário da rede social disse que “as seguintes pessoas, que eram diretoras do Twitter antes da fusão efetiva, não são mais: Bret Taylor, Parag Agrawal, Omid Kordestani, David Rosenblatt, Martha Lane Fox, Patrick Pichette, Egon Durban, Fei-Fei Li e Mimi Alemayehu”.
Pouco depois, sem maiores detalhes, ele publicou que a mudança para dissolver o quadro era “apenas temporária”.
Musk já havia anunciado que assumiria a empresa integralmente e fecharia seu capital. Desde 2013, o Twitter era uma empresa aberta, com ações negociadas em bolsa.
Além do Twitter, o empresário seguirá no comando de outras quatro companhias: a Space X, de foguetes; a startup de chips Neuralink; a empresa de infraestrutura e construção de túneis Boring Company; e a montadora de carros elétricos Tesla.
Em sua descrição no perfil na rede social, o bilionário escreveu “Chief Twit”, em alusão ao fato de assumir o posto de chefe da companhia. Nesta segunda-feira, o Twitter não comentou sobre quanto tempo Musk pode permanecer como CEO ou se indicará outra pessoa.
Possibilidades de mudança
As indicações de uma possível revisão nas verificações de usuários levaram a questionamentos sobre a possibilidade de o Twitter, que até o momento é gratuito, passar a ser cobrado.
Ao responder um tuíte do autor Stephen King, que escreveu que não estaria disposto a pagar 20 dólares para manter seu perfil devidamente verificado na rede social, Musk disse: “Que tal 8 dólares?”
O empresário ainda defendeu que a introdução de um preço poderia ser a única maneira de derrotar trolls (usuários provocadores) e bots (robôs, que são utilizados para espalhar desinformação, por exemplo). E que o Twitter não poderia depender única e exclusivamente de seus anunciantes para se manter.
O jornal americano The Washington Post publicou que o bilionário planeja demitir cerca de 75% dos 7,5 mil funcionários da empresa.
Outra possibilidade de mudança na plataforma diz respeito às políticas de moderação de conteúdo, focadas no combate a fake news e a perfis que espalham desinformação. Musk já condenou essas políticas, considerando-as “pesadas”, o que teria gerado ao Twitter perda de anunciantes, a principal fonte de receita da empresa.
Mais tarde, o empresário tentou acalmar os ânimos, dizendo que a plataforma não se tornaria uma área “infernal, livre para todos”, em referência a uma possível falta de controle nas publicações dos usuários. E anunciou a formação de um conselho de moderação de conteúdo.
Musk também teria pedido o relançamento do Vine, uma plataforma de vídeos que já integrou o Twitter.
Mais programação, menos gestão
No domingo, ao responder um tuíte que questionava o que estava “mais bagunçado no Twitter”, Elon Musk escreveu: “Parece que há dez pessoas 'gerenciando' para cada pessoa programando”, disse, referindo-se ao setor de tecnologia da informação da empresa.
Um dia depois, Nick Caldwell, gerente de tecnologias do Twitter, indicou em seu perfil na rede social que não fazia mais parte da companhia. Nem Caldwell nem o Twitter responderam aos pedidos de esclarecimentos feitos pela agência de notícias Reuters.
Desde a conclusão do negócio, na semana passada, Musk tem se movimentado para deixar sua marca no Twitter, que ele ridicularizou durante meses, considerando-o lento para introduzir mudanças de produtos e derrubar contas de “spam”.
Reuniões com funcionários do Twitter vêm ocorrendo para investigar códigos de software e compreender como a plataforma funciona, conforme duas fontes familiarizadas com o tema.
gb (Reuters, AFP, ots)