BUENOS AIRES (Reuters) – O plantio de soja na região central do cinturão agrícola da Argentina está com um atraso em torno de 45%, em relação ao ano passado, devido à falta de chuva, disse a Bolsa de Comércio de Rosário em um relatório nesta sexta-feira.

O cenário é uma preocupação para os agricultores do maior exportador mundial de óleo e farelo de soja.

A seca prolongada, ligada a um terceiro padrão climático consecutivo de La Niña, prejudicou a produção de trigo e agora ameaça afetar a próxima temporada de soja e milho, com os agricultores provavelmente investindo menos no plantio, a menos que as condições melhorem.

“Há um ano, metade da soja da região já havia sido plantada, hoje apenas 250 mil hectares, ou seja, apenas 5%”, disse a bolsa no relatório.

A instituição acrescentou que não há previsão de chuva na região, uma das principais áreas de cultivo do país, na próxima semana. A previsão atual da bolsa é de plantio nacional de 17 milhões de hectares de soja na safra 2022/23.

“É o plantio mais difícil e incerto dos últimos 12 anos”, acrescentou, dizendo que os produtores da região do cinturão agrícola estavam em uma “estrita economia de guerra”.

A bolsa de Rosário alertou que a previsão do tempo para as duas primeiras semanas de novembro não é animadora e as chuvas nas últimas semanas, embora tenham ajudado a melhorar as reservas em algumas áreas, não tiveram impacto suficiente.

“A seca extrema que a região tem sofrido significa que ainda há um déficit muito significativo (de água)”, disse.

A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja processados, a principal fonte de receita de exportação do país. A semeadura da oleaginosa geralmente começa em outubro no país sul-americano.

(Reportagem de Lucila Sigal)

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