26/02/2003 - 7:00
Você ainda se lembra das inúmeras vantagens de ostentar o status de ser um cliente private de um grande banco? Aquelas regalias como isenção de tarifas, aplicações exclusivas, atendimento personalizado e um gerente disponível 24 horas por dia. Pois saiba que esse título não representa mais o topo da pirâmide social financeira. Em bancos como o Unibanco, HSBC, Banco do Brasil e Sudameris, os mais afortunados passaram a ser classificados como cliente private internacional (precisam ter em média US$ 500 mil em recursos). Com esse
novo brasão, eles podem colocar o dinheiro nas filiais das
instituições no exterior e manter os mesmos benefícios nacionais. Estarão livres, por exemplo, do pagamento da taxa de transferência de recursos para o exterior, o que representa uma economia de no mínimo US$ 30 mil. Também não será necessário enfrentar uma maratona para entregar uma pilha de documentos que comprovem a origem do dinheiro ? como é exigido do correntista convencional ? na hora de concluir o processo. Só por esses motivos já é um bom negócio conquistar a ascensão.
No entanto há outras vantagens. O Unibanco oferece para o private internacional produtos financeiros nos Estados Unidos, Europa e em três paraísos fiscais: Genebra, na Suíça, Luxemburgo, na Bélgica, e nas Ilhas Cayman. ?O cliente abre uma conta global de investimento e, a partir dela, controla seu portfólio de aplicações internacionais?, explica Celso Scaramuzza, vice-presidente de private banking do Unibanco. Também estará a disposição a mordomia de solicitar uma gestão patrimonial, a administração de imóveis e objetos de arte no exterior. E entre os agrados, o cliente poderá se surpreender com ingressos para torneios de golfe, automobilismo e jogos de tênis internacionais. ?Temos também um conciérge nos escritórios em Londres, Nova York e Miami?, acrescenta Scaramuzza.
Atendimento especial e agrados aos clientes também fazem parte do private banking internacional do HSBC, que oferece 150 agências exclusivas em 40 países. Em qualquer uma delas, o cliente brasileiro desfruta de salas de espera com monitores ligados nos canais de TV financeiros, cafeterias, restaurantes, caixas para operações de câmbio e escritório para quem pretende fazer negócio no exterior. Porém, só usufrui dessas regalias quem tem mais de US$ 1 milhão.
Impostos. Para a clientela do Banco do Brasil é mais fácil se tornar um private internacional. Basta depositar US$ 250 mil na agência do banco em Miami e pagar uma taxa de US$ 20 mil. Depois disso, você poderá incluir quantos dependentes desejar para movimentar o dinheiro. E fique à vontade, os funcionários do banco nos Estados Unidos estão preparados para prestar informações em português. Tem mais. Ainda este ano, o private brasileiro poderá acessar a conta internacional ? sediada na Flórida ? pela internet. Com isso, será possível até agendar pagamentos fora do País.
Se toda essa facilidade de movimentar dinheiro no exterior lhe interessa, não se preocupe em estudar a política tributária de outros países. Os clientes brasileiros do private do HSBC, por exemplo, contam com uma consultoria tributária para aplicar em Miami, Monte Carlo e Mônaco. Porém, não se esqueça de que todas as remessas serão descontados, ainda no Brasil, 20% do Imposto de Renda. ?O private brasileiro abre uma conta lá fora como se fosse um correntista do outro país. Ele estará sujeito às cobranças de imposto do país enquanto os recursos estiverem lá?, explica Eduardo Santalucia, diretor de private banking do Sudameris.