FRANKFURT (Reuters) – O Banco Central Europeu continuará a aumentar os custos dos empréstimos mesmo com a economia da zona do euro sendo afetada porque deixar a inflação alta seria ainda mais doloroso, disseram duas autoridades do BCE nesta terça-feira.

O BCE vem elevando os juros em ritmo recorde e orientando os investidores para mais altas à frente para levar a inflação de dois dígitos na zona do euro de volta à sua meta de 2%.

O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, e o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, disseram que isso envolve custos em termos de crescimento econômico.

“Farei o meu melhor para garantir que nós, o Conselho do BCE, não desistamos cedo demais e que continuemos avançando com a normalização da política monetária, mesmo que nossas medidas afetem o desenvolvimento econômico”, disse Nagel, em uma conferência bancária alemã, acrescentando que grandes aumentos de juros são necessários.

“Porque em uma situação em que a política monetária fica atrás da curva, os custos econômicos em geral seriam significativamente maiores”, disse Nagel.

De Guindos acrescentou que a política monetária do BCE “reduzirá a demanda agregada, tanto o consumo quanto o investimento, mas é o único caminho possível que temos porque não fazer nada seria muito pior”.

A economia da zona do euro deve encolher neste inverno devido a uma combinação de custos de energia mais altos, demanda global mais fraca e custos de empréstimos mais elevados.

(Reportagem de Francesco Canepa e Miranda Murray)

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