09/11/2022 - 12:26
Por Tim Reid e Nathan Layne
PHOENIX (Reuters) – Os republicanos obtiveram ganhos modestos nas eleições de meio de mandato dos Estados Unidos, mas os democratas se saíram melhor do que o esperado, deixando o controle do Congresso e o futuro da agenda do presidente Joe Biden incerto nesta quarta-feira.
Muitas das disputas mais competitivas estavam muito apertadas e os republicanos reconheceram que a eleição não estava produzindo a vitória arrebatadora da “onda vermelha” que eles buscavam.
Os resultados parecem mostrar os eleitores punindo Biden por presidir uma economia atingida pela inflação alta, ao mesmo tempo em que atacam as medidas republicanas para proibir o aborto.
E o fraco desempenho de alguns candidatos aliados a Donald Trump indicava esgotamento com o tipo de caos eleitoral fomentado pelo ex-presidente republicano.
Na Câmara dos Deputados, os republicanos continuavam sendo os favoritos para conquistar uma estreita maioria que lhes permitiria bloquear as prioridades de Biden enquanto lançam investigações politicamente prejudiciais sobre seu governo e sua família.
No início desta quarta-feira, os republicanos haviam conquistado seis cadeiras democratas na Câmara, projetou a Edison Research, uma a mais do que o mínimo necessário para assumir a Câmara.
Mas os democratas estavam indo muito melhor do que muitos esperavam.
Em uma vitória importante para o partido do presidente Joe Biden, o democrata John Fetterman conseguiu uma cadeira no Senado dos EUA na Pensilvânia, derrotando o médico republicano Mehmet Oz e aumentando as chances de seu partido de manter o controle da Casa.
O clima na Casa Branca melhorava à medida que a noite avançava, com assessores antes nervosos permitindo que sorrisos surgissem em seus rostos. No Twitter, Biden postou uma foto sua parabenizando alguns dos vencedores democratas por telefone.
O controle do Senado depende de disputas acirradas no Arizona, Geórgia e Nevada, onde os votos ainda estavam sendo contadas.
A disputa pela Geórgia parece estar a caminho de um segundo turno em 6 de dezembro, porque tanto o candidato democrata quanto o republicano estão aquém dos 50% necessários para a vitória.
Se recuperarem o controle do Congresso, os republicanos terão o poder de barrar ajuda à Ucrânia, mas analistas dizem que é mais provável que diminuam o fluxo de assistência econômica e de defesa.
Stuart Cole, macroeconomista-chefe da Equiti Capital, disse que o impasse partidário entre presidente e o Congresso e uma Câmara controlada pelos republicanos provavelmente impediriam qualquer aumento de impostos e limitariam os gastos do governo, o que pode significar que as taxas de juros não terão que subir tanto para conter a inflação.
CELEBRAÇÃO CONTIDA
O líder republicano da Câmara, Kevin McCarthy, esperava comemorar uma vitória retumbante que o levaria ao cargo de presidente da Câmara.
Em vez disso, ele teve que se contentar com uma promessa a seus apoiadores: “Quando vocêm acordarem amanhã, seremos a maioria e (presidente democrata da Câmara) Nancy Pelosi estará em minoria”.
No entanto, apenas 13 das 53 corridas mais competitivas, com base em uma análise da Reuters de importantes analistas apartidários, tinham sido decididas, levantando a perspectiva de que o resultado final pode não ser conhecido por algum tempo.
O partido que ocupa a Casa Branca quase sempre perde cadeiras nas eleições no meio do primeiro mandato de quatro anos de um presidente, e Biden tem sofrido com baixa aprovação pública.
Mas as esperanças republicanas de uma “onda vermelha” de vitórias desapareceram quando os democratas mostraram uma surpreendente resiliência em várias disputas importantes.
“Definitivamente não é uma onda republicana, com certeza”, disse o senador republicano Lindsey Graham à NBC.
Pelosi afirmou em um comunicado: “Está claro que os membros e candidatos democratas da Câmara estão superando fortemente as expectativas em todo o país”.
Trump, que teve um papel ativo no recrutamento de candidatos republicanos para o Congresso e está sugerindo fortemente uma terceira candidatura à Presidência em 2024, teve resultados mistos.
Ele conquistou uma vitória em Ohio, onde o autor JD Vance ganhou uma cadeira no Senado para mantê-la nas mãos dos republicanos. Mas o apresentador de televisão e cirurgião cardíaco Mehmet Oz não conseguiu vencer sua corrida para o Senado da Pensilvânia, e Doug Mastriano, outro aliado de Trump, foi derrotado com folga na corrida para governador da Pensilvânia.
Enquanto isso, o governador da Flórida, Ron DeSantis, que pode ser um dos principais adversários republicanos de Trump em 2024, aumentou seu crescente perfil nacional, derrotando o desafiante democrata Charlie Crist por quase 20 pontos percentuais, projetou Edison.
(Reportagem de Joseph Axe, Jason Lange, Doina Chiacu, Susan Heavey, Moira Warburton, Gram Slattery, Makini Brice e Trevor Hunnicutt em Washington, Gabriella Borter em Birmingham, Michigan, Nathan Layne em Alpharetta, Geórgia, Masha Tsvetkova em Nova York, Tim Reid em Phoenix e Ned Parker em Reno, Nevada, e Lucy Raitano e Amanda Cooper em Londres)