Professora de 38 anos estava internada em estado grave e não resistiu aos ferimentos. Autor do ataque de 16 anos responderá por ato infracional análogo a homicídio e a tentativa de homicídio, segundo a Polícia Civil.Morreu neste sábado (26/11) a quarta vítima do ataque cometido por um adolescente de 16 anos contra duas escolas no distrito de Coqueiral, em Aracruz, no Espírito Santo.

A professora Flávia Amboss Merçon, de 38 anos, estava internada em estado grave, após ser atingida por disparos no ataque de sexta-feira. Ela lecionava na Escola Estadual Plínio Bitti, onde o atirador arrombou o cadeado de um dos acessos e fez disparos na sala dos professores. Duas pessoas morreram na hora e várias ficaram feridas.

No Twitter, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, lamentou a morte. “Infelizmente a tragédia em Aracruz ainda não chegou ao fim. Com profundo pesar confirmamos o falecimento de mais uma vítima, a professora Flávia Amboss Merçon, de apenas 38 anos. Nosso abraço solidário à família e aos amigos”.

Cinco pessoas permanecem internadas, uma mulher de 52 anos e uma de 45 anos em estado grave; uma mulher de 58 anos, que passou por cirurgia e está estável; um menino de 11 e uma menina de 14, que passaram por cirurgia e estão em estado grave.

As outras vítimas fatais são as professoras Maria Penha Pereira de Melo Banhos, de 48 anos, e Cybelle Passos Bezerra, de 45 anos; e a aluna Selena Zagrillo, de 12 anos, estudante do 6º ano.

Como foi o ataque

A ação do adolescente teve início por volta das 9h30 de sexta-feira na Escola Estadual Primo Bitti, onde o jovem já havia estudado. Ele arrombou o cadeado de um dos acessos e fez disparos na sala dos professores, matando na hora duas professoras. Em seguida, o atirador entrou em um carro e se dirigiu ao Centro Educacional Praia de Coqueiral, uma instituição privada. No local, efetuou novos disparos, matando uma aluna e ferindo outras vítimas.

O autor dos disparos foi apreendido. Segundo a Polícia, o adolescente usou duas armas de responsabilidade do pai, que é policial militar. O adolescente responderá por ato infracional análogo a homicídio e a tentativa de homicídio, segundo a Polícia Civil do estado.

Outros ataques

Nos últimos anos, o Brasil foi palco de outros ataques em escolas. Em 2021, um jovem de 18 anos invadiu uma creche do município catarinense de Saudades com um facão e matou duas funcionárias e três bebês menores de dois anos.

Em 2019, dois ex-alunos de uma escola estadual em Suzano, na Grande São Paulo, mataram sete pessoas na unidade e deixaram 11 feridos. Um dos agressores acabou matando o comparsa e depois cometeu suicídio.

Em 2011, ocorreu um dos mais trágicos massacres em escolas brasileiras: o ataque do Realengo. Na ocasião, um ex-aluno de 23 anos invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, na zona oeste do Rio de Janeiro, e disparou contra vários alunos de 13 a 15 anos, deixando 12 mortos.

le (Abr,ots)