Por Adrian Portugal

MANILA (Reuters) – O artista filipino Elito Circa tem literalmente sangue em suas mãos, mas apenas para criar arte.

Usando sangue retirado de suas próprias veias, o homem de 52 anos produz pinturas em tela que atraíram elogios e críticas por causa de sua escolha incomum.

Nascido em uma família de baixa renda com pouco acesso a materiais escolares e de arte, Circa explorou diferentes possibilidades, incluindo ameixas e tomates, mas foi quando ele se arranhou ainda menino que seu fascínio pelo uso de sangue começou.

“Toda vez que me arranhava, usava meu próprio sangue, já que manchas de sangue também são difíceis de remover”, disse Circa, enquanto esfregava uma tela branca com um pincel embebido em sangue.

Agora, Circa vai ao posto de saúde da cidade uma vez a cada três meses para extrair seu sangue, geralmente em volumes de 500 ml, que ele guarda em um refrigerador em seu estúdio para projetos futuros.

“Meus trabalhos artísticos são muito importantes para mim porque eles vêm de mim, são do meu sangue, meu DNA faz parte… Minha filosofia é que a vida é circular e tudo é um ciclo, então (meu sangue) é um ferramenta que serve como um lembrete de onde eu vim”, disse Circa.

Depois de pintar um mural de 122 x 244 cm retratando a história de Pantabangan, a cidade onde cresceu, Circa voltou suas atenções para um projeto mais ambicioso: criar em 2023 a maior “pintura de sangue” de todos os tempos, em uma tela de 100 metros, estabelecendo um recorde mundial.

(Reportagem de Adrian Portugal)

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