29/12/2022 - 10:08
Nomeado como ministro do recriado Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o vice-presidente Geraldo Alckmin terá um papel de promotor do plano de desenvolvimento do País. O primeiro grande teste será agora em janeiro, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos. O plano da equipe é usar a capacidade de articulação do ex-governador de São Paulo para conversar com uma parte estratégica do PIB. Chamado de mascate na equipe de transição, o ex-tucano é considerado essencial para fortalecer essa ponte.
O MDIC é considerado o principal “balcão de negócios” na intersecção que une a cadeia produtiva e o governo federal, mas Lula deseja que Alckmin tenha mais do que apenas o papel da intermediação. Para isso, contrariando o desenho feito pela Equipe de Transição, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, abriu mão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que agora será comandada pelo vice-presidente eleito.
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Segundo interlocutores de Lula, o objetivo é deixar que Alckmin se concentre em atração de investimento privado, dentro e fora do Brasil. Diferentemente do que ocorreu durante o governo Bolsonaro, que deixou o Paulo Guedes no comando de todas as nuances econômicas, Lula não vai deixar todos os ovos em uma única cesta. Simone Tebet, no Planejamento, tratará de pensar políticas econômicas de médio e longo prazo, com base na execução orçamentária. Haddad, na Fazenda, guiará as políticas imediatas e de curto prazo, com apoio de Rui Costa, que comandará a Casa Civil e eleição das prioridades desenvolvimentistas.
Costa, inclusive, venceu na terça-feira uma batalha importante. Conseguiu manter o Programa de Parceria de Investimentos (PPI) sob seus cuidados, deixando a emedebista Simone para trás. Com esse desenho, a parte de articulação política deve se concentrar nas mãos do ex-governador da Bahia e aliado antigo de Lula.
Com tudo relativamente organizado, devem partir para a Suíça, além de Haddad e Alckmin, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Um trio de peso para tentar impressionar os nossos pares internacionais e trazer para o Brasil investimentos perdidos nos últimos anos.