BENGALURU, Índia (Reuters) – As ações da Meta Platforms disparavam mais de 20% nesta quinta-feira, contagiando o setor de tecnologia, após a dona do Facebook reduzir sua projeção de gastos e aumentar seu plano de recompra de ações em 40 bilhões de dólares.

Nessa toada, a empresa pode ver seu valor de mercado aumentar em mais de 90 bilhões de dólares e a ação registrar sua maior alta diária em uma década.

Por volta das 13:15 (horário de Brasília), os papéis saltavam 24,9%, a 190,465 dólares cada. Na máxima, chegaram a 193 dólares.

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O rali da Meta beneficiava os papéis de Amazon.com, Apple e Alphabet, todas com valor de mercado de mais de 1 trilhão de dólares. As três empresas divulgam seus respectivos balanços após o fechamento do mercado.

O movimento da Meta anunciado na quarta-feira na direção de controlar os custos marca uma mudança dramática para a empresa, que gastou bilhões de dólares para transformar sua visão futurista do metaverso em realidade, mesmo enquanto seu negócio principal sofria com a forte concorrência e um mercado publicitário fraco.

Pelo menos 24 analistas aumentaram preços-alvo para as ações após o balanço, com vários dizendo que uma combinação de custos mais baixos, projeção otimista de crescimento da receita e recompra de ações aumentará o lucro por ação.

“Isso é raro”, disseram analistas da Evercorse ISI, referindo-se aos desdobramentos positivos. “E as ações reagem ao raro.”

O resultado também proporcionou algum alívio ao mercado após a queda dos lucros da Snap divulgada na terça-feira, que derrubou as ações do setor de tecnologia.

“Depois do desastre da Snap, o fato da Meta não ter sido tão ruim trouxe incentivo para as ‘mega-caps’ de tecnologia”, disse Fiona Cincotta, analista do City Index.

“Há também um Fed menos agressivo, que também está impulsionando a demanda por ações de crescimento e tecnologia em geral.”

“ANO DA EFICIÊNCIA”

A Meta espera que suas despesas em 2023 fiquem entre 89 bilhões e 95 bilhões de dólares, abaixo da projeção anterior de 94 bilhões a 100 bilhões de dólares. O presidente-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, chamou o período de “Ano de Eficiência”.

A estimativa reflete economias com 11.000 cortes de empregos anunciados em novembro, planos para reduzir as despesas de construção de data centers e movimentos para abandonar projetos não cruciais.

“Prometer que 2023 será um ano de eficiência sempre caiu bem com os investidores preocupados com a generosidade dos gastos direcionados ao potencial não comprovado do metaverso”, disse Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell.

Também houve sinais de que o principal negócio de rede social da Meta estava voltando aos trilhos, já que a eficiência de monetização para o Reels no Facebook dobrou e o negócio caminha para o ponto de equilíbrio (‘break-even’) até o final de 2023.

A empresa, que projetou receita para o primeiro trimestre acima das estimativas do mercado, também disse que a base diária de usuários ativos do Facebook cresceu para 2 bilhões, ante 1,98 bilhão no trimestre anterior.

“A Meta está recuperando seu encanto”, disseram analistas da Baird.

(Por Aditya Soni e Medha Singh)

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