Por Phil Stewart e Steve Holland e Jeff Mason

WASHINGTON (Reuters) – Um caça militar dos Estados Unidos abateu um suposto balão espião chinês que flutuava sobre a costa da Carolina do Sul neste sábado, encerrando uma saga dramática que chamou a atenção para o agravamento das relações sino-americanas.

“Derrubamos com sucesso e quero cumprimentar nossos aviadores que conseguiram”, disse o presidente Joe Biden.

O ataque ocorreu logo depois que o governo dos EUA ordenou a suspensão dos voos na costa da Carolina do Sul devido ao que disse no momento ser um “esforço de segurança nacional” não revelado.

Washington classificou o balão como uma “clara violação” da soberania dos EUA.

O secretário de Defesa, Lloyd Austin, anunciou a derrubada, dizendo que o balão estava sendo usado pela China “em uma tentativa de vigiar locais estratégicos na área continental dos Estados Unidos”.

EUA abatem balão chinês suspeito de espionagem

Biden afirmou neste sábado que disse ao Pentágono na quarta-feira para abater o balão espião chinês o mais rápido possível.

Um fotógrafo da Reuters que testemunhou o ataque disse que algo partiu de um jato e atingiu o balão, mas não houve uma explosão. O balão em seguida, começou a cair, disse o fotógrafo.

Líderes militares no início desta semana haviam recomendado não derrubar o balão quando ele estava sobre Montana devido ao risco de queda de destroços, disseram autoridades.

O fotógrafo da Reuters na área de Myrtle Beach pôde ver o balão espião suspeito acima, com dois jatos militares dos EUA voando ao lado dele.

A China lamentou que um “dirigível” usado para fins meteorológicos e científicos civis tenha se desviado para o espaço aéreo dos EUA.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse no sábado que o voo do “dirigível” sobre os Estados Unidos foi um acidente de força maior e acusou os políticos e a mídia dos EUA de tirar vantagem da situação para desacreditar Pequim.

O suposto balão espião chinês levou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a adiar uma visita a China esta semana, que deveria começar na sexta-feira.

O adiamento da viagem de Blinken, que havia sido acertada em novembro por Biden e o presidente chinês, Xi Jinping, é um golpe para aqueles que a viam como uma oportunidade tardia de estabilizar uma relação cada vez mais conturbada entre os dois países.

A China deseja uma relação estável com os EUA para poder se concentrar em sua economia, abalada pela agora abandonada política de Covid-zero e negligenciada por investidores estrangeiros alarmados com o que veem como um retorno da intervenção estatal no mercado.

O Pentágono disse na sexta-feira que outro balão chinês foi observado sobre a América Latina, sem dizer onde exatamente.

(Reportagem de Steve Holland, Jeff Mason, Phil Stewart, David Shepardson)

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