17/02/2023 - 10:02
KAHRAMANMARAS, Turquia (Reuters) – Mais duas pessoas foram retiradas com vida dos escombros na Turquia, nesta sexta-feira, 11 dias depois de um terremoto que matou mais de 43.000 no país e na Síria, enquanto agências de ajuda intensificam esforços para auxiliar milhões de pessoas que ficaram desabrigadas.
Osman Halebiye, de 14 anos, foi resgatado durante a noite na cidade de Antáquia, no sudeste da Turquia, 260 horas após o forte terremoto que ocorreu na madrugada de 6 de fevereiro, disse a agência de notícias estatal Anadolu. Ele estava sendo tratado no hospital.
Mustafa Avci, de 34 anos, também foi encontrado vivo em Antáquia 261 horas após o terremoto. Ao ser levado em uma maca, ele foi colocado em uma videochamada com seus pais, que lhe mostraram seu bebê recém-nascido.
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“Eu tinha perdido completamente a esperança. Isso é um verdadeiro milagre. Eles me devolveram meu filho. Eu vi os destroços e pensei que ninguém poderia ser salvo vivo de lá. Estávamos preparados para o pior”, disse seu pai, Ali Avci.
Mas resgates assim estão se tornando cada vez mais raros após o terremoto mais letal da história moderna da Turquia — um tremor de magnitude 7,8 seguido por um terremoto igualmente poderoso horas depois. O número de mortos na Turquia agora é de 38.044, disseram autoridades.
Na vizinha Síria, já devastada por mais de uma década de guerra civil, as autoridades relataram mais de 5.800 mortes. O número não muda há dias.
A maior parte das mortes na Síria ocorreu no noroeste, uma área controlada por insurgentes que estão em guerra com o presidente Bashar al-Assad — um conflito que complicou os esforços para ajudar as pessoas afetadas pelo terremoto.
Os lados se enfrentaram durante a noite pela primeira vez desde o desastre, com forças do governo bombardeando os arredores de Atareb, uma cidade controlada por rebeldes e gravemente atingida pelo terremoto, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos nesta sexta-feira.
A Reuters não pôde verificar o relato de forma independente.
Turquia e Síria não disseram quantas pessoas ainda estão desaparecidas após o terremoto.
Para as famílias que ainda esperam resgatar parentes na Turquia, há uma irritação crescente sobre o que consideram práticas de construção corruptas e um desenvolvimento urbano profundamente falho que resultou na desintegração de milhares de casas e estabelecimentos.
A Turquia prometeu investigar qualquer pessoa suspeita de responsabilidade pelo desabamento de edifícios e ordenou a detenção de mais de 100 suspeitos, incluindo construtores.
A ONU apelou na quinta-feira por mais de 1 bilhão de dólares em recursos para a operação de socorro turca, apenas dois dias depois de lançar um apelo de 400 milhões de dólares para os sírios.
As pessoas têm dormido em tendas, mesquitas, escolas ou carros em toda a extensa zona de desastre, tendo que lidar com as temperaturas congelantes do inverno.
(Por Suhaib Salem e Ali Kucukgocmen)