Por Roberto Samora e Marcelo Teixeira

SÃO PAULO (Reuters) – As exportações de café do Brasil, maior fornecedor mundial, caíram acentuadamente em fevereiro, segundo dados preliminares do governo, enquanto um relatório independente divulgado nesta quinta-feira revisou para baixo as projeções para a nova safra.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostraram nesta quinta-feira que as exportações de café verde atingiram uma média de 6.000 toneladas por dia (100.000 sacas de 60 kg) até a terceira semana de fevereiro, em comparação com uma média diária de 10.960 toneladas (182.660 sacas) para todo o mês de fevereiro em 2022.

O governo divulga números semanais com médias diárias, bem como números totais no final do mês.

A empresa de consultoria e gestão de riscos hEDGEpoint Global Markets revisou sua projeção para a produção de café arábica 2023/24 do Brasil para 42,3 milhões de sacas, de 45,4 milhões de sacas anteriormente.

A analista da hEDGEpoint Natalia Gandolphi, disse que o bom nível de chuvas recente não foi suficiente para compensar os impactos negativos que as lavouras no Brasil sofreram com um período de estiagem no final do ano passado que prejudicou a fase de floração.

Ela também disse que os números foram revisados considerando dados recentes sobre a área cafeeira divulgados pelo governo.

Com a grande mudança no número de arábica do Brasil, a hEDGEPoint revisou sua visão para o equilíbrio global de oferta e demanda de 2023/24.

Ele agora vê um superávit de apenas 0,6 milhão de sacas, de um superávit de 3,7 milhões de sacas visto em janeiro.

A especialista disse que as perspectivas de produção brasileira devem sustentar os preços daqui para frente, porque dificulta a reposição de estoques nos países consumidores.

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