Por Jan Strupczewski

BRUXELAS (Reuters) – Líderes da União Europeia e o Banco Central Europeu tentaram acalmar o nervosismo do mercado ao apresentar uma frente unida em relação ao setor bancário nesta sexta-feira, dizendo que as instituições financeiras da UE estão bem capitalizadas e com liquidez graças às lições aprendidas após o colapso do Lehman Brothers em 2008.

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“Nosso setor bancário é resiliente, com fortes posições de capital e liquidez”, disseram os líderes dos 27 países do bloco em um comunicado ao final de uma reunião dedicada à economia em geral, mas ofuscada pela queda das ações dos bancos.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse que é muito improvável que a zona do euro mergulhe em uma nova crise bancária porque o setor está muito mais forte do que há uma década.

Ainda assim, as ações do Deutsche Bank caíram pelo terceiro dia consecutivo, em baixa superior a 12% após um forte salto no custo de garantir seus títulos contra o risco de inadimplência. O chanceler alemão, Olaf Scholz, minimizou preocupações do mercado sobre o maior banco de seu país.

“O Deutsche Bank modernizou e reorganizou fundamentalmente seu modelo de negócios. É um banco muito lucrativo e não há motivo para preocupação”, disse Scholz a repórteres.

FORÇA E ESTABILIDADE

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse a líderes da União Europeia que os bancos da zona do euro são resilientes porque têm fortes posições de capital e liquidez, mas que o BCE pode fornecer liquidez se necessário, relataram autoridades da UE na sexta-feira.

Lagarde apresentou sua avaliação dos desenvolvimentos econômicos e financeiros aos líderes da UE.

“O setor bancário da zona do euro é resiliente porque tem fortes posições de capital e liquidez”, disse Lagarde, segundo autoridades da UE na reunião.

“O setor bancário da zona do euro é forte porque aplicamos a todos eles as reformas regulatórias acordadas internacionalmente após a crise financeira global”, disse ela. “O kit de ferramentas do BCE está totalmente equipado para fornecer liquidez ao sistema financeiro da zona do euro, se necessário”, acrescentou.

Lagarde ainda assim pediu aos líderes da UE que avancem em seu projeto de união bancária, iniciado em 2012, que ainda carece de um Esquema Europeu de Seguro de Depósito (EDIS, na sigla em inglês) que fortaleça ou substitua a atual colcha de retalhos de esquemas nacionais, disseram autoridades.

O principal oponente do EDIS é a Alemanha, preocupada com o fato de que, se as garantias de depósito forem mutualizadas no nível da UE, Berlim pode acabar pagando depósitos de bancos falidos em outros países, como a Itália, ainda sobrecarregados com decisões de investimento ou crédito ruins de anos atrás.

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