Por Lidia Kelly

(Reuters) – Vyacheslav “Slava” Zaitsev, o costureiro por trás da moda soviética mundialmente famosa, frequentemente adornada com coloridos temas folclóricos russos, morreu no domingo aos 85 anos.

Nascido em uma família da classe trabalhadora em 1938, Zaitsev teve seu primeiro reconhecimento internacional em 1963, quando a revista francesa Paris Match escreveu sobre sua coleção de macacões para trabalhadoras, de acordo com uma nota publicada no site de sua grife.

As jaquetas e saias brilhantes e floridas da coleção foram rejeitadas pela Fábrica Experimental de Roupas para a qual Zaitsev trabalhava, informou a agência de notícias RIA.

A imprensa francesa o apelidou de “Dior vermelho” na década de 1960.

Em 1965, ele começou a trabalhar como diretor artístico da experimental All-Union House of Fashion Models em Moscou, e alguns de seus designs, que muitas vezes implementavam padrões floridos tradicionais russos, foram exibidos no Ocidente.

Em 1969, o Museu de Arte Moderna de Nova York organizou uma mostra de vestidos femininos baseados em esboços de Zaitsev, entre outros. Após a apresentação, Zaitsev recebeu ofertas para abrir lojas no Ocidente, o que as autoridades soviéticas negaram.

Em 1979, Zaitsev trocou a All-Union House of Models por um pequeno ateliê, que em 1982 ele transformou na Slava Zaitsev Moscow Fashion House, tornando-se o primeiro estilista soviético com permissão para rotular suas roupas.

Entre os clientes russos de Zaitsev estavam estrelas da música, atores, socialites e políticos.

(Reportagem da Reuters em Moscou e Lidia Kelly em Melbourne)

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