O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (26/05) que a cidade de Belém, no Pará, foi escolhida pela ONU como sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em 2025.

“Belém do Pará foi a cidade escolhida pela ONU para ser sede da COP30, em 2025. Será uma honra para o Brasil recebermos representantes do mundo inteiro em um estado da nossa Amazônia”, escreveu Lula no Twitter.

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Ele disse ainda estar certo que o governador do Pará, Helder Barbalho, e o povo do estado estão preparados “para promover a melhor COP da história”. A candidatura brasileira havia sido oficializada em janeiro.

A Conferência do Clima da ONU reúne representantes de governos e da sociedade civil e cientistas para analisar as mudanças climáticas e buscar soluções e acordos para controlar as emissões de gases do efeito estufa e o aquecimento global.

Junto com a mensagem, Lula publicou um vídeo ao lado de Barbalho e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no qual o ministro confirmou ter sido notificado pela ONU sobre a aprovação da cidade de Belém do Pará como sede da COP30, que deve ocorrer em novembro de 2025.

Lula lembrou que já participou de eventos no Egito, em Paris e em Copenhague onde os debates trataram da floresta amazônica e, portanto, considerou que seria importante realizar uma COP num estado da Amazônia brasileira, para que os participantes possam conhecer a fauna e os rios da maior floresta tropical do planeta.

A última conferência mundial do clima aconteceu em novembro de 2022 no Egito e foi marcada pela adoção de um fundo compensatório para danos relacionados às mudanças climáticas em países particularmente vulneráveis, uma demanda histórica das nações mais pobres, que pressionavam há décadas pela criação de tal mecanismo.

A COP28 deverá acontecer em novembro deste ano no Dubai, nos Emirados Árabes, e a COP29, em 2024, não tem ainda sede definida, mas a Austrália apresenta-se como principal candidata.

O Brasil havia sido incialmente escolhido para sediar a COP25, em 2019, mas em novembro de 2018, no final do então governo Michel Temer, o país comunicou sua desistência de ser o país anfitrião, alegando restrições orçamentárias. O então presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou, à época, que havia solicitado a desistência.

Anúncio sem Marina

O anúncio não contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e foi feito ao final de uma semana de revezes na área ambiental do governo.

Na quarta-feira, a comissão mista do Congresso que analisa uma medida provisória do início do governo Lula que reestruturou seus ministérios retirou poder e competências do Ministério do Meio Ambiente, que perdeu o controle do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e da Política Nacional dos Recursos Hídricos, e do Ministério dos Povos Indígenas, que perdeu a atribuição de demarcar terras indígenas.

O texto ainda precisa aprovado pelos plenários da Câmara e do Senado, e foi definido por um manifesto assinado por 790 entidades da sociedade civil como um “esquartejamento do meio ambiente”. O governo Lula enfrenta dificuldades de articulação no Congresso, cuja atual legislatura tem um perfil mais conservador do que a anterior.

bl (Lusa, ots)