14/06/2023 - 8:01
Junho marca o mês do ESG, conceito que cresce no ambiente corporativo. Governança ambiental, social e corporativa – do inglês Environmental, social, and corporate governance – não é apenas uma iniciativa, mas também virou carreira.
Segundo a Robert Half, empresa de recursos humanos, houve um aumento de 25% nas posições trabalhadas para a área executiva no Mercado Financeiro; destas, nas posições mais demandadas até a média gerência, aparecem analistas, especialistas e gerentes no setor.
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“O ESG é um conjunto de critérios que avaliam o desempenho das empresas em relação à questões ambientais, sociais e de governança, além dos aspectos financeiros. Desta forma, essa carreira envolve a análise, avaliação e implementação de práticas sustentáveis e responsáveis em organizações”, explica Samuel Barros, doutor em Administração e reitor do Ibmec RJ.
Em quais áreas é possível trabalhar com ESG?
Segundo Ana Paula Prado, CEO da plataforma InfoJobs, existe um leque bem grande de profissões, uma vez que envolve também pilares do conceito. Os que mais se destacam são: tecnologia (importante conhecimento para gerar inovações e produtos com responsabilidade social); profissões relacionadas ao meio ambiente, como engenharia ambiental e ecologia; recursos humanos e jurídico (áreas com papel fundamental na governança corporativa).
Quanto ganha um profissional de EGS?
Informações do Guia Salarial de 2023 mostram que um salário de analista de ESG é a partir de R$ 6 mil, mas com a grande variedade de profissões que englobam essa área, os salários também possuem grandes variações Na aba específica do Infojobs, também é possível consultar pelo nome da empresa. No Guia Salarial Robert Half, os ganhos podem chegar a R$ 22 mil:
- Analista de ESG: R$ 6 mil | R$ 8 mil | R$ 10 mil
- Especialista de ESG: R$ 10 mil | R$ 12 mil | R$ 15 mil
- Gerente de ESG: R$ 16 mil | R$ 18 mil | R$ 22 mil
É preciso fazer especialização na área? Quais?
Ainda não há exigência ou regulamentação para quem quer trabalhar com ESG, porém é preciso ter conhecimentos técnicos e práticos, já que é isso que o mercado de trabalho busca. “Aconselho que, quem não tem vivência, aposte em cursos profissionalizantes de acordo com cada pilar do ESG para ganhar mais destaque no mundo corporativo”, completa Ana.
Por outro lado, para trabalhar nessa área, as empresas valorizam as habilidades dos profissionais, uma vez que é uma área que exige resiliência, facilidade em se relacionar e habilidade política e inovação.
“É recomendável uma formação especifica com um MBA em ESG, formação em desenvolvimento sustentável, formação em Compliance e etc. Essas formações permitem que os profissionais adquiram uma visão mais completa, integrada e holística das ações necessárias para a gestão de ESG mais adequada”, reforça Barros.
Por que as empresas devem contratar profissionais de ESG?
Várias pautas, não só aquelas relacionadas ao ESG, mas também à sustentabilidade, há anos, estavam ligadas à questão ambiental. É o que explica Dione Manetti, CEO da Pragma Soluções Sustentáveis. “Houve uma mudança de mentalidade, que afeta grandes companhias ao redor do mundo, que compreendem que, hoje, a sustentabilidade ambiental está diretamente ligada a sustentabilidade econômica das companhias, e a possibilidade das nações de gerarem um modelo de desenvolvimento que seja economicamente inclusivo, ambientalmente sustentável e socialmente justo”, acrescenta.
“Para que as pessoas possam efetivamente trabalhar numa agenda positiva é necessário dar Autonomia, para as equipes e áreas adequarem seu trabalho ao ambiente ESG e por fim ter uma cultura de Vulnerabilidade, onde exista um ambiente seguro para a inovação e que permita o erro. Caso contrário, não há evolução”, reforça Hugo Bethlem, cofundador e presidente do Instituto Capitalismo Consciente Brasil.