O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Guilherme Moreira, reduziu sua projeção para a variação do índice ao final do mês, de queda de 0,15% para recuo de 0,27% na cidade de São Paulo. A revisão acontece apesar do anúncio da Petrobras nesta semana de reajuste no preço dos combustíveis, que segundo Moreira, não será suficiente para pressionar o indicador do mês.

“Estamos com quedas disseminadas em vários grupos. O destaque continua sendo Alimentação (-1,40% a -1,28%), que é ajudado pela sazonalidade positiva para a produção de in natura. Mas além disso, há uma queda em vários outros itens, como carnes e alimentos industrializados, devolvendo parte das altas que observamos nos últimos dois anos”, avalia Moreira.

Em relação aos combustíveis, o coordenador calcula que o impacto do reajuste da Petrobras deve representar um aumento de 0,2 ponto porcentual no IPC-Fipe, diluído entre as leituras de agosto e setembro.

“É bom lembrar que no IPC-Fipe, o peso da gasolina é menor em relação a outros índices, como o IPCA”, observa Moreira. “De qualquer forma, também é difícil prever qual vai ser o repasse imediato no preço para o consumidor”, acrescenta.

Na segunda quadrissemana de agosto, o IPC-Fipe registrou queda de 0,27%, após recuo de 0,15% na primeira leitura do mês. Entre os destaques da quadrissemana, além de Alimentação, Moreira cita a deflação de Habitação (-0,16% para -0,48%), puxada pelos descontos de energia elétrica e recuos em material de limpeza.

Entre os pontos que corroboram o cenário de desinflação, Moreira ainda cita o índice de difusão, que mede o porcentual de itens com aumento de preço no período, caiu mais uma vez na segunda quadrissemana do mês, atingindo 47,08%.