Um estudo realizado pela Vixtra, fintech de comércio exterior, com base em dados do Ministério da Economia, indica que o café, produto mais exportado pelo Brasil, é comprado por um valor até 8 vezes mais caro. Em 2022, por exemplo, o valor do quilograma exportado alcançou US$ 4,1, enquanto o do importado chegou a US$ 11,9, uma relação três vezes maior; em 2021, o Brasil exportou a US$ 2,67 e importou a US$ 11,49.

Somente no ano passado, o Brasil exportou US$ 9,2 bilhões em café, o que representa cerca de 3% do total das exportações nacionais. No que tange às importações, esse valor foi consideravelmente menor, totalizando US$ 120 milhões no decorrer do ano. Contudo, quando se observa o valor do quilograma de café exportado e o do importado, a diferença entre os valores chama a atenção: o produto importado apresenta um custo superior, refletindo um maior valor agregado.

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Um dos casos mais discrepantes no período recente analisado aconteceu em 2019, quando o quilograma do café registrou o menor valor, de US$ 2,22 e a importação o maior valor, de US$ 18,41.

Para Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, o Brasil precisa investir fortemente nas empresas nacionais para promover a industrialização de sua cadeia produtiva visando maximizar resultados em seu comércio exterior. “Temos plenas condições de fortalecer ainda mais nosso comércio com a produção de bens de alto valor agregado. Mas para isso, é indispensável investimentos em pesquisa, em parceria com o setor privado e estímulo ao desenvolvimento tecnológico e industrial”, afirma.

Ainda de acordo com o levantamento, na relação comercial com outros países, com a Suíça, por exemplo, as exportações brasileiras de café em 2022 somaram US$ 10 milhões, enquanto as importações totalizaram US$ 74 milhões. Este quadro resultou em um déficit comercial com a Suíça de US$ 64 milhões. Em termos de peso, o Brasil exportou 2.500 toneladas e importou 2.400 toneladas.