18/09/2023 - 17:10
Uma pesquisa do Infojobs mostrou que, na visão de 50,6% dos profissionais, a diversidade e inclusão nas empresas ficam apenas no discurso de marketing, enquanto 43,5% acredita que é uma junção do marketing com conscientização genuína. Pessoas do grupo LGBTQIAPN+, pretos e PcDs seguem vivendo em ambientes de preconceitos velados ou explícitos, reiterados principalmente pelos estereótipos.
+ Diversidade e Orgulho LGBTQIAPN+: como criar vagas afirmativas nas empresas?
Para o professor e ator Guilherme Terreri, conhecido pelo nome artístico e persona drag queen de Rita Von Hunty, o mercado é construído a partir de opiniões sobre grupos ou indivíduos, com base em características – inventadas ou reais – para padronizar ou prever ações.
“O estereótipo está construído a partir de uma estrutura imagética, que permite identificar quais sentimentos de um povo em um determinado momento. A discriminação entra quando o sentimento se torna uma ação, que possibilita ou impede que corpos tenham acesso a algumas esferas ou ambientes. Sendo assim, podemos dizer que a desigualdade e os estereótipos estão ligados e um reproduz o outro”, explica o professor, que também conduz, por meio dos Estudos Culturais, discussões de temas sociais.
Neste sentido, as empresas exercem papel fundamental para promover bem-estar para todos os grupos. De acordo com a CEO do Infojobs, Ana Paula Prado, é necessário firmar o comprometimento em promover a diversidade e inclusão em todas as instâncias.
“Isso deve partir não somente do RH, mas também da alta administração, afinal, a cultura organizacional precisa ser reanalisada como um todo para identificar pontos de melhorias. As políticas devem ser revistas com periodicidade a fim de garantir cada vez mais equidade e combater os vieses inconscientes. Assim, metas podem ser definidas”, diz.
A tecnologia é uma aliada, pois é capaz oferecer indicadores para acompanhar o progresso e medir a satisfação do colaborador, diminuindo a taxa de turnover em até 85%, além de contribuir também para um recrutamento mais inclusivo.
Segundo a executiva, promover grupos de afinidade também pode ser uma estratégia efetiva, já que fortalece o senso de pertencimento e cria um espaço seguro para discussões e feedbacks sobre o dia a dia corporativo e melhorias a serem feitas.
“Vale lembrar que a implementação bem-sucedida de políticas empresariais requer adaptação constante e a crença geral de que um ambiente diversificado e inclusivo é o melhor caminho”, conclui a CEO do Infojobs.