O lutador Acelino “Popó” Freitas contou ao Fantástico, da TV Globo, que caiu em golpe financeiro envolvendo criptomoedas. Popó diz que perdeu R$ 1,2 milhão no esquema. “Eu apanhei feio”, desabafou.

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 O que aconteceu?

  • Popó revelou que investiu uma quantia alta com uma empresa chamada Braiscompany. A promessa feita era de rendimento de 8% ao mês, o que o lutador não desconfiou na hora;
  • “Fui muito otário, muito besta, muito infantil, não existe rendimento de 8% [ao mês] em qualquer lugar do mundo. Eu apanhei feio, mas esse cara ganhou muita gente por nocaute, muita gente está passando dificuldade e fome”, disse. No primeiro mês de investimento, o rendimento aconteceu, mas na sequência, a promessa já não se cumpriu;
  • Popó ainda conta que foi ‘seduzido’ pelo discurso do empresário golpista, seja com a oratória, a persuasão nas lives, e que dava um tom de realidade ao negócio.

Cuidados

Ainda segundo levantamento exclusivo do Fantástico, golpes como o que atingiu Popó deixaram no prejuízo pelo menos 2,7 milhões de investidores e movimentaram quase R$ 100 bilhões.

O coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, Ahmed Sameer El Khatib, afirma que promessas de lucros exorbitantes são uma das características desse tipo de golpe financeiro. “As pirâmides financeiras costumam oferecer retornos muito acima do padrão de mercado, o que pode ser um sinal de alerta”, explica.

Recrutamento de novos membros também são incentivados acima de tudo em esquemas de pirâmide financeira. Os participantes são incentivados a recrutar outras pessoas para o esquema, e parte do dinheiro investido pelos novos membros é usado para pagar os retornos dos membros antigos. Sem o recrutamento, o esquema pode entrar em colapso.

Para não cair em golpes, o especialista da Fecap lista alguns cuidados:

  • Pesquisa sobre a empresa: Antes de investir ou comprar um produto ou serviço de uma empresa, é importante realizar uma pesquisa completa sobre sua reputação, histórico e modelo de negócio. Verifique se a empresa tem um produto ou serviço real e se há evidências de que ela está gerando receita a partir desses produtos ou serviços;
  • Análise da estrutura de remuneração: Se a principal forma de ganhar dinheiro em uma empresa é recrutando novos participantes e ganhando comissões sobre suas adesões, isso pode ser um sinal de um esquema de pirâmide. Analise cuidadosamente a estrutura de remuneração da empresa e verifique se ela é baseada nas vendas de produtos ou serviços;
  • Avaliação das promessas de ganhos: Empresas que prometem retornos financeiros extraordinários em um curto período, sem uma explicação clara de como isso é possível, podem levantar suspeitas. Analise cuidadosamente as promessas de ganhos da empresa e verifique se elas são realistas e sustentáveis;
  • Verificação da transparência: Empresas suspeitas de operar como esquemas de pirâmide podem ser evasivas ou não fornecer informações claras sobre seu modelo de negócio, fonte de receita e estrutura de remuneração. Verifique se a empresa é transparente e fornece informações financeira claras e detalhadas sobre seu funcionamento;
  • Investigação de denúncias: Se houver denúncias ou suspeitas de que uma empresa está operando como um esquema de pirâmide financeira, é importante investigar essas denúncias com cuidado. Verifique se há evidências concretas de que a empresa está envolvida em atividades fraudulentas e se há ações legais em andamento contra ela.

Ainda segundo El Khatib, existem medidas e regulamentações em vigor no Brasil para proteger os consumidores de possíveis esquemas de pirâmide financeira em setores como viagens e turismo. Algumas dessas medidas incluem:

  • Código de Defesa do Consumidor (CDC): O CDC é uma legislação abrangente que estabelece os direitos e deveres dos consumidores e fornece proteção contra práticas comerciais abusivas. Ele proíbe práticas enganosas e abusivas, garantindo que os consumidores sejam informados de maneira clara e precisa sobre os produtos e serviços oferecidos;
  • Atuação dos órgãos de defesa do consumidor: O Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), composto por órgãos como o Ministério Público e os Procons, atua na fiscalização e combate a práticas abusivas no mercado. Esses órgãos podem investigar denúncias de esquemas de pirâmide financeira e tomar medidas legais para proteger os consumidores;
  • Educação Financeira e conscientização dos consumidores: É importante que os consumidores estejam cientes dos riscos de esquemas de pirâmide financeira e saibam como identificar possíveis sinais de fraude. Órgãos como o Procon e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) oferecem informações e orientações para ajudar os consumidores a se protegerem contra esses golpes.