O dólar seguiu sua escalada de valorização ante rivais no exterior, em meio à alta nos juros dos Treasuries longos e após dados do relatório Jolts indicarem que a economia dos EUA continua demonstrando teimosa resiliência. O iene, porém, ganhou um suspiro hoje e avançou frente ao dólar, com rumores de que a moeda pode ter recebido intervenção do governo, que ainda não foi anunciada oficialmente.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 148,80 ienes, o euro recuava a US$ 1,0473 e a libra tinha baixa a US$ 1,2076. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou ganho de 0,11%, a 107,000 pontos.

Dados de abertura de vagas nos Estados Unidos hoje fizeram o mercado global precificar os juros mais altos por mais tempo, diz Edward Moya, da Oanda. “Esperava-se que surgisse um arrefecimento do mercado de trabalho, mas os dados de vagas de emprego de agosto mostraram um grande aumento no emprego”, disse.

Segundo a Convera, o dólar “está no comando”, mas ainda há riscos de recessão que podem fazer a moeda regredir nos ganhos. A empresa pontua que tanto libra quanto euro estão batendo mínimas em vários meses em resposta à alta da instabilidade global.

Hoje, o iene se valorizou, ficando abaixo dos 150 por dólar. A Capital Economics pondera que a melhora vista hoje “provavelmente é fruto” de uma interferência do governo japonês para fortalecer o iene. Porém, a consultoria afirma que medidas como essa já são tomadas no país há um tempo, e que dificilmente surtem efeito no longo prazo. A Capital diz que a tendência do iene depende muito mais dos juros dos Treasuries continuarem em níveis elevados do que a uma própria intervenção do governo.

Seguindo o ritmo de desvalorização, hoje o rublo russo ficou no nível mais baixo desde agosto na média intraday, ficando inclusive abaixo de 100 rublos por US$ 1.

Na Argentina, o debate sobre dolarização da economia local avança, com as eleições presidenciais cada vez mais perto e o candidato favorável à dolarização se mostrando como favorito. Porém, a Capital Economics destaca que essa não é a solução para conter a inflação no país.