O dólar chegou a se valorizar, logo após a publicação do relatório mensal de empregos (payroll) dos Estados Unidos, no período da manhã desta sexta-feira. Ao longo da sessão, porém, a moeda norte-americana perdeu fôlego e terminou em baixa. Além disso, o peso mexicano e também o argentino estiveram em destaque, com o quadro local influenciando essas divisas.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 149,31 ienes, o euro avançava a US$ 1,0598 e a libra tinha alta a US$ 1,2251. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,27%, a 106,044 pontos. Na comparação semanal, houve recuo de 0,13%.

A economia americana criou 336 mil vagas em setembro, acima da previsão dos analistas. Logo após o dado, o dólar se fortaleceu, em meio a alta nas expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode ser um pouco mais hawkish, diante da força do mercado de trabalho.

Mais adiante, porém, os mercados em geral corrigiram o movimento. Na avaliação da Capital Economics, no quadro atual de ganhos recentes dos juros dos Treasuries, o dólar pode já estar “perto da exaustão” em seu avanço, “ao menos no curto prazo”. A consultoria ainda avaliava que, mesmo com o dado principal do payroll forte, há sinais mais mistos, como o nível do desemprego e os números mistos do ganho salarial. A Capital espera que o Fed não eleve mais os juros e acredita que isso acabará por pesar no dólar.

O iene recuou hoje, e segue como foco importante. Alguns analistas avaliam que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) pode sinalizar neste mês que está perto do fim do controle da curva de juros. Além disso, outra reportagem de hoje apontava o fato de que o Fed pode soar mais hawkish, com tendência a fortalecer o dólar e de pressionar divisas de emergentes, como o real.

Entre moedas emergentes, o dólar caía a pesos argentinos. Já no mercado paralelo local, o chamado dólar blue renovou máxima histórica hoje, em 895 pesos na máxima desta tarde, segundo o jornal Ámbito Financiero. O quadro é de volatilidade e cautela, antes do primeiro turno eleitoral neste mês, em quadro deteriorado na economia.

O dólar ainda tinha baixa a 18,1858 pesos mexicanos, invertendo o movimento de mais cedo. A moeda mexicana e outros ativos do país estavam sob pressão desde ontem, após o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador elevar de modo inesperado taxas de concessões em aeroportos. O Julius Baer afirma que o movimento oficial traz incerteza generalizada, e acrescentava que o quadro para os ativos mexicanos poderia deteriorar mais nesse contexto.