Num ano em que as agências de classificação de risco melhoraram a percepção sobre a economia brasileira, o País ainda tem desafios para recuperar o grau de investimento, perdido em 2015. Para retomar o selo de bom pagador, é preciso resolver a questão fiscal, reduzir o endividamento e acelerar o crescimento econômico.

As economias com grau de investimento são consideradas mais seguras para investidores e, portanto, com menos risco de dar calote.

Estudo realizado pelo banco Santander concluiu que, na área fiscal, a dívida brasileira é 20 pontos maior na comparação com os países que têm grau de investimento.

Em 2008, quando a economia brasileira alcançou o grau de investimento, a dívida equivalia a 62,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2023, deve encerrar em 76,5% do PIB, de acordo com a projeção do banco.

Hoje, o Brasil é considerado um país de elevado endividamento para uma economia emergente. Desde 2014, com exceção do ano passado, o País colheu déficits nas contas públicas (gastou mais do que arrecadou), o que elevou a dívida.

A trajetória poderia ser pior, mas em 2022, com a subida dos preços das commodities no mercado internacional, a arrecadação do País melhorou e contribuiu para uma redução da dívida.

“A percepção de rating tem muito a ver com a perspectiva de trajetória (da dívida)”, afirma Ítalo Franca, economista do Santander e um dos autores do estudo.

Neste ano, duas agências de classificação de risco melhoraram a avaliação sobre a economia brasileira. Em junho, a S&P Global revisou a perspectiva da nota de crédito BB- do Brasil, de estável para positiva. No mês seguinte, a Fitch elevou o rating soberano do País, de BB- a BB, com perspectiva estável.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.