A Shopper, empresa que comercializa alimentos pela internet, foi condenada pela Justiça do Trabalho após instalar catracas com sistema biométrico nos banheiros utilizados por seus colaboradores.

A sentença, proferida no dia 20 de outubro em audiência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), compreendeu que o controle do uso dos sanitários fere o princípio da dignidade humana e restringe as necessidades fisiológicas dos funcionários.

+Mastercard tem lucro líquido de US$ 3,2 bilhões no 3º trimestre

A decisão pela condenação da empresa foi unânime. A indenização aplicada à Shopper é de R$ 3 mil. Antes, porém, um empregado da companhia solicitou um acordo sugerindo uma proposta de R$ 8 mil para a multa.

O caso

Um ex-funcionário da empresa entrou com um processo na Justiça do Trabalho no início deste ano após a Shopper instalar catracas e biometrias no acesso ao banheiro utilizado pelos colaboradores.

Contratado em 2020 como operador júnior, o ex-colaborador sentiu-se desconfortável com a medida e entendeu que a intenção da varejista era vigiar o tempo de permanência dos funcionários nos banheiros.

Em sua defesa no processo, a Shopper alegou que se tratava de uma medida de prevenção à Covid-19, a fim de evitar aglomerações no local. A companhia afirmou, ainda, que os empregados podiam usar o banheiro quantas vezes achassem necessário.

Na decisão pela condenação da companhia, o TRT afirmou que “se a preocupação fosse de fato controlar a disseminação do vírus, a empresa poderia impor a prática de outros recursos de proteção, menos invasivas, como rodízio e teletrabalho, e não a instalação de catraca na entrada do banheiro”.

A IstoÉ Dinheiro procurou a Shopper para comentar o assunto, mas não obteve sucesso. Caso a empresa se manifeste, o espaço estará aberto para a divulgação de seu posicionamento.